MARANHÃO - O caminho de Valdemiro Brito Gomes, um garoto de 15 anos morador do Povoado Corisco, na zona rural de São Bernardo (MA), mostra que os sonhos podem ir além de qualquer barreira. Valdemiro, que superou dificuldades de leitura e escrita na infância, foi selecionado entre mais de 500 jovens em todo o Brasil para se tornar um astronauta análogo, um feito raro e que o coloca na vanguarda da exploração espacial no país.
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A jornada do estudante começou com uma bolsa integral da Wogel Enterprise Aerospace, que o levou a um curso intensivo de três dias em Brasília. Lá, Valdemiro vivenciou a rotina de um astronauta em missões simuladas, com treinamentos que incluíram lançamento de foguetes, simulações de aterrissagem, primeiros socorros e até o conserto de uma espaçonave em cenário de emergência. “Foi uma experiência incrível e enriquecedora, que marcou minha vida de forma indescritível”, relatou o jovem cientista.
Do Aluno Tímido ao Embaixador da Ciência
Apesar de não ser diagnosticado com superdotação, Valdemiro transformou a persistência em sua maior força. Esse esforço o levou a conquistar 40 medalhas em olimpíadas científicas e a se destacar em eventos nacionais. Sua ascensão na ciência começou de forma inesperada, na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, incentivado pelo professor Gerson Ricardo Farias, que percebeu sua curiosidade e força de vontade. “Ele era o único da sala que me procurava para estudar”, lembra Gerson.
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A escola de Valdemiro, no povoado Coqueiro, nunca havia conquistado uma medalha em olimpíadas. Mas com o apoio do professor e de plataformas online como a Medalhei, o estudante mergulhou nos estudos. O resultado veio em forma de medalhas e reconhecimento, incluindo o Prêmio AEITA Sócios-Mirins 2023, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e a participação no programa Caça Asteroides, do MCTI em parceria com a NASA.
A Conquista de um Sonho e os Próximos Passos
O título de astronauta análogo veio em 2025, quando Valdemiro foi um dos nove selecionados para a Missão Cadete, a primeira etapa da formação análoga da Estação Análoga Wogel. O treinamento foi intenso, com atividades que replicam a vida no espaço. Para Valdemiro, essa experiência reforça a importância de sonhar alto. “Acredito que essa história pode inspirar muitos jovens a sonharem alto e explorarem novas fronteiras no campo da ciência e da exploração espacial”, declarou.
Agora, o jovem se prepara para a Missão Alferes, o próximo nível de treinamento, com desafios mais complexos. Mas ele se mantém confiante e focado, mostrando que o sucesso não se resume apenas a diagnósticos, mas a muita força de vontade e um bom apoio.
Além de sua formação como astronauta análogo, Valdemiro continua ativo no mundo científico. Ele é embaixador do programa Pop Ciência, participa do programa internacional Caça Asteroides e atua como divulgador científico nas redes sociais, usando sua própria história para inspirar outros a seguirem o caminho da ciência.
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