SÃO PAULO - O governador do Maranhão, Carlos Brandão, destacou a necessidade de manter o diálogo com os Estados Unidos para reverter o “tarifaço” de 50% anunciado pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Segundo Brandão, a medida ameaça setores estratégicos da economia e pode impactar empregos no estado e no país.
Durante a entrevista, o governador disse acreditar que a experiência anterior de Trump com tarifas aplicadas e posteriormente revistas, como ocorreu com México e Canadá, mostra que a pressão de empresários norte-americanos pode abrir espaço para negociações. Brandão enfatizou que “o diálogo tem que permanecer até esgotar todas as possibilidades”.
IMPACTOS NO MARANHÃO
O governador informou que o “tarifaço” afeta diretamente a fábrica de celulose da Suzano, responsável por 16% das vendas para os Estados Unidos, além de reduzir a movimentação no Porto de Itaqui. Brandão afirmou que tem dialogado com a Federação das Indústrias, a Federação do Comércio e representantes do setor produtivo para levantar dados que serão apresentados em reuniões com o governo federal.
O vice-presidente Geraldo Alckmin convocou os governadores do Nordeste para discutir estratégias conjuntas. Brandão confirmou que participará do encontro, reforçando a importância de ações coordenadas para minimizar os danos e buscar alternativas comerciais.
ESTRATÉGIAS EM DISCUSSÃO
Entre as medidas avaliadas estão a busca por novos mercados como Europa, China e Índia, a redução de tarifas nacionais para manter a competitividade e a adoção de medidas de reciprocidade contra produtos americanos apenas em último caso.
Brandão também relacionou o impacto das tarifas aos avanços recentes do Maranhão na geração de empregos e na redução da pobreza. Ele citou as mais de 3.000 obras em execução, o fortalecimento de programas sociais e a criação de um cartão de R$ 200 com adicional de R$ 50 por filho para famílias em extrema pobreza.
Segundo o governador, a manutenção desses resultados depende da reversão das tarifas impostas pelos Estados Unidos, reforçando que “o caminho é o diálogo”.
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