Ecologia Integral: água, agricultura e o dever de cuidar da nossa Casa Comum
Vivemos tempos de urgência. A crise climática global, cada vez mais evidente em nossas cidades, nos chama à responsabilidade com o presente e o futuro.
Vivemos tempos de urgência. A crise climática global, cada vez mais evidente em nossas cidades, nos chama à responsabilidade com o presente e o futuro. Como médico, entendo bem a importância da prevenção. Como parlamentar, compreendo que essa prevenção também precisa se traduzir em políticas públicas eficazes, especialmente quando falamos sobre a sustentabilidade da água e da agricultura no contexto de São Luís.
Inspirado pela Campanha da Fraternidade 2025 venho reforçar a importância da Ecologia Integral como norte para nossas ações. Esse conceito vai além do ambientalismo tradicional: propõe uma visão de mundo em que natureza, justiça social, cultura e espiritualidade estão profundamente interligadas. Em outras palavras, não há como cuidar do planeta sem cuidar das pessoas — especialmente as mais vulneráveis.
São Luís, com seus 80 km de litoral, suas 22 praias e suas importantes bacias hidrográficas, é uma cidade marcada por belezas naturais e também por grandes desafios. Apesar de avanços no abastecimento de água tratada (atualmente cobrindo mais de 92% da população), ainda enfrentamos uma preocupante dependência do Rio Itapecuru e de poços subterrâneos. Isso nos deixa vulneráveis diante de secas, poluição e mudanças climáticas.
É preciso pensar no futuro. A proteção das nossas nascentes, a recuperação das matas ciliares e a implementação de sistemas de captação e reuso de água são medidas urgentes. Ao mesmo tempo, devemos fortalecer o Plano de Arborização Urbana, promover a educação ambiental nos bairros e desenvolver políticas de incentivo à agroecologia, em especial nas zonas rurais da cidade como Maracanã, Tibiri e Pedrinhas.
A agricultura sustentável é parte essencial da Ecologia Integral. Em São Luís, muitas comunidades ainda sobrevivem da produção agrícola familiar, enfrentando dificuldades com acesso à água, insumos e infraestrutura. Apoiar esses agricultores é também garantir segurança alimentar, combater as desigualdades sociais e preservar o modo de vida de populações tradicionais.
A Ecologia Integral nos convida a uma mudança de mentalidade: precisamos deixar de ver a natureza como algo a ser explorado e passar a tratá-la como um bem comum, como nossa casa. Isso exige coragem política, participação social e ações concretas. Como representante do povo ludovicense, me comprometo a continuar promovendo debates, construindo pontes e lutando por um modelo de cidade mais justo, equilibrado e sustentável.
Cuidar de São Luís é cuidar de todos nós. Que possamos assumir esse compromisso com a seriedade e a urgência que o momento exige. Afinal, como nos ensina Laudato Si’(encíclica do Papa Francisco), tudo está interligado. E cuidar da água, da terra e das pessoas é, em última instância, um gesto de amor à vida.
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