BRASÍLIA - O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) negou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23), a existência de uma reunião mencionada pelo tenente-coronel Mauro Cid, na qual Jair Bolsonaro (PL) teria participado. Mourão, que depôs como testemunha no caso da suposta trama golpista de 2022, também disse desconhecer qualquer articulação para um golpe de Estado ou pressão direta sobre o ex-presidente.
Questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre uma conversa que o mencionava, Mourão classificou como “fantasia” informações repassadas por um interlocutor chamado Riva ao tenente-coronel Sérgio Cavaliere. Segundo a Polícia Federal, o diálogo indicaria uma reunião entre Bolsonaro, Mourão e outros generais. “Desconheço essas pessoas e nunca vi qualquer minuta de medida de exceção. Esse texto é completamente falso”, afirmou o senador.
Gonet perguntou se Cid estaria mentindo ao confirmar a reunião, ao que Mourão respondeu: “Não posso chamá-lo de mentiroso, mas não tenho conhecimento do que ele disse.”
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O depoimento foi solicitado pelas defesas de Jair Bolsonaro, dos generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, apontados pela PGR como parte do núcleo central da acusação.
Mourão também atribuiu os atos de depredação das sedes dos Três Poderes, em 2023, à “inação” do governo atual, destacando falhas na ativação de medidas de segurança. Em novembro de 2024, ele já havia classificado o plano golpista revelado pela PF como “sem pé nem cabeça” e negado a existência de uma tentativa de golpe após a vitória de Lula (PT). Na ocasião, também criticou planos para atentados contra Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Ainda em novembro, Mourão defendeu manifestações pacíficas de bolsonaristas, mas alertou que ações militares, como as exigidas por grupos golpistas, prejudicariam o Brasil. “Manifestações ordeiras são bem-vindas, mas um golpe colocaria o país em situação difícil no cenário internacional”, declarou nas redes sociais.
Desde as primeiras denúncias sobre planos para manter Bolsonaro no poder, como a minuta para alterar o resultado das eleições, Mourão minimizou as revelações, argumentando que as ideias não eram viáveis ou não tinham apoio militar.
Em 31 de dezembro de 2022, como presidente em exercício após a viagem de Bolsonaro aos EUA, Mourão fez um pronunciamento criticando autoridades dos Três Poderes, afirmando que o silêncio delas gerou “caos social”. Ele não mencionou os acampamentos bolsonaristas em frente a quarteis, mas defendeu a volta à normalidade e prometeu que a oposição seria vigilante contra o governo Lula, sem se opor ao Brasil.
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