O impacto econômico da precariedade das rodovias no Maranhão
A infraestrutura rodoviária é um dos pilares da economia de qualquer estado, especialmente em regiões onde o transporte terrestre é a principal via de escoamento da produção e abastecimento da população.
A infraestrutura rodoviária é um dos pilares da economia de qualquer estado, especialmente em regiões onde o transporte terrestre é a principal via de escoamento da produção e abastecimento da população.
No Maranhão, esse pilar é ainda mais essencial, pois o estado depende de mais de 85% dos produtos produzidos em outras unidades da federação.
A recente queda de uma ponte na BR em Estreito, que resultou em 17 vítimas fatais, a lentidão na construção de outra entre Santa Luzia do Tide e Santa Inês e a interdição de uma terceira entre Santa Inês e Zé Doca evidenciam o colapso da malha viária federal no estado. Mais do que um transtorno logístico, essas ocorrências impõem graves impactos econômicos, afetando o abastecimento de alimentos, encarecendo produtos e comprometendo a saúde pública e a segurança.
A BR-316 e a BR-010 são artérias essenciais para o tráfego de mercadorias no Maranhão, conectando o estado ao restante do país. A interdição e a precariedade dessas rodovias resultam no aumento do tempo de deslocamento e no custo do transporte de cargas. Isso gera um efeito cascata que afeta diretamente os preços de produtos básicos, como alimentos, combustíveis e insumos industriais.
Empresas e produtores que dependem do transporte rodoviário para escoar sua produção enfrentam prejuízos, seja pelo encarecimento do frete, seja pela impossibilidade de cumprir prazos de entrega. O agronegócio, setor que responde por uma parcela significativa da economia maranhense, também sofre com a ineficiência logística, dificultando o escoamento da produção para portos e mercados consumidores.
A precariedade das rodovias impacta diretamente o setor de saúde, dificultando o transporte de pacientes em estado grave e o abastecimento de hospitais com medicamentos e equipamentos essenciais. Além disso, prejudica a assiduidade de profissionais da área. Cidades menores que dependem de centros regionais, como Santa Inês, para atendimento de média e alta complexidade enfrentam tempos de deslocamento maiores, colocando vidas em risco.
Ambulâncias e veículos de transporte de emergência precisam de rotas alternativas, muitas vezes em péssimas condições, aumentando ainda mais o tempo de resposta. O atraso no fornecimento de insumos hospitalares pode comprometer o atendimento médico, afetando milhares de maranhenses.
A falta de manutenção nos aeroportos regionais e municipais torna a situação ainda mais complicada. Durante a pandemia, o Maranhão contava com nove aeroportos legalizados e operando. Hoje, restam apenas três, o que limita alternativas para transporte de pacientes, insumos hospitalares e deslocamento de profissionais da saúde.
Outro fator alarmante é o impacto na segurança pública. O Maranhão já enfrenta desafios significativos nessa área, e a deterioração das rodovias apenas agrava a situação. Com estradas interditadas ou em más condições, a mobilidade das forças de segurança é prejudicada, dificultando o patrulhamento e a resposta rápida a ocorrências.
Além disso, rotas alternativas muitas vezes favorecem ações criminosas, como assaltos a cargas e a passageiros, já que veículos precisam trafegar por estradas secundárias menos policiadas e mais vulneráveis a emboscadas. O aumento no tempo de deslocamento das viaturas e a dificuldade de acesso a áreas críticas fragilizam ainda mais a segurança da população.
Os impactos econômicos, sociais e logísticos da precariedade da infraestrutura rodoviária no Maranhão são evidentes. A falta de uma resposta ágil por parte do poder público apenas intensifica os prejuízos para empresários, trabalhadores e para a população em geral.
O governo federal e estadual, ministros e bancadas parlamentares precisam agir com urgência, acelerando a reconstrução das pontes e promovendo melhorias estruturais nas BRs afetadas.
José Linhares Jr, [05/03/2025 13:45]
A alocação de recursos poderia ter vindo dos bilhões de reais em emendas parlamentares destinadas ao estado nos últimos anos. No entanto, nenhum parlamentar destinou uma só emenda para a construção de uma nova ponte ou para melhorias em rodovias federais. Essas obras não são apenas uma necessidade logística, mas uma medida essencial para garantir o desenvolvimento econômico do estado e a qualidade de vida dos maranhenses.
Enquanto essas intervenções não forem tratadas como prioridade, o Maranhão continuará refém da ineficiência de sua infraestrutura, pagando um preço alto em crescimento econômico, segurança alimentar e proteção à vida.
Saiba Mais
As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.