Boletim Social

Negros representam 79% da população do MA; 10,5% têm ensino superior

Quanto à segurança, os homicídios atingem com maior frequência a população negra no Estado.

Imirante, com informações do Imesc

No Maranhão, 5,4 milhões de pessoas se autodeclaram como pretas ou pardas.
No Maranhão, 5,4 milhões de pessoas se autodeclaram como pretas ou pardas. (Foto: Paulo Soares / Grupo Mirante)

SÃO LUÍS - Maranhão, 79% (5,4 milhões) da população é composta por negros, sendo Serrano do Maranhão a cidade com a maior proporção (97,2%) e São Luís com o maior contingente (761,1 mil). Os dados são do Boletim Social sobre o perfil da população negra, do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), divulgado nessa sexta-feira (21).

De acordo com o boletim, a população negra é maioria no Brasil, com 55,5% dos brasileiros se autodeclarando como pretos ou pardos, totalizando 112,7 milhões em 2022. 

O Maranhão registrou avanços na educação da população negra entre 2012 e 2024. Nesse período, o número médio de anos de estudo de pessoas negras com 25 anos ou mais passou de 6,3 para 8,3 anos, evidenciando um aumento na escolaridade. Em 2024, apenas 10,5% da população negra no Estado já possuía ensino superior completo. Outro destaque foi a queda na taxa de analfabetismo entre negros maranhenses de 15 anos ou mais, que passou de 19,3%, em 2012, para 12% no mesmo intervalo.

No mercado de trabalho maranhense, 91,7% dos negros estavam empregados em 2023, com crescimento da presença em setores que demandam maior qualificação profissional. Entre 2012 e 2023, o rendimento salarial dessa população aumentou 24,5%, embora ainda permaneçam recebendo, em média, 44,6% a menos que os não negros.

No âmbito das vulnerabilidades e da assistência social, o rendimento médio domiciliar per capita dos negros maranhenses cresceu 34% entre 2012 e 2023. Esse aumento contribuiu para a redução do percentual dessa população em situação de pobreza, com queda de 12,0 pontos percentuais, e de extrema pobreza, que teve retração de 8,4 pontos percentuais. Apesar disso, pretos e pardos continuam a representar a maioria dos beneficiários do Bolsa Família, correspondendo a 89,4% do total.

Quanto à segurança, os homicídios atingem com maior frequência a população negra no Maranhão, em um padrão semelhante ao observado no restante do país. Em 2023, a cada 100 mil pessoas negras, 29,8 morreram em decorrência desse tipo de crime, enquanto em não negros, essa taxa foi de 17,4. Apesar dessas diferenças, o Maranhão ocupou a 9ª posição no ranking nacional com o menor risco relativo de pessoas negras serem assassinadas em comparação às não negras no mesmo ano.

Na área da saúde, o Estado registrou aumento nas consultas pré-natal entre mães negras, ao mesmo tempo que enfrentou desafios, como a qualidade da assistência médica durante o ciclo gravídico-puerperal, uma vez que, 76,9% dos óbitos de mães negras em 2023 foram provocadas por causas obstétricas diretas.

O Boletim Social do Maranhão tem por objetivo fornecer indicadores atualizados sobre temas da realidade social do Maranhão, com a finalidade de subsidiar a elaboração, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas do Estado. Os boletins são temáticos e cada edição disponibiliza informações acerca do cenário maranhense, com recortes municipais e regionais, contextualizando-as com o país e os demais Estados.

O estudo foi apresentado em um evento no auditório da Secretaria de Estado da Transparência e Controle (STC), com a presença de representantes das secretarias de Estado da Igualdade Racial, Agricultura Familiar, Saúde, Educação, Monitoramento de Ações Governamentais, Planejamento e Orçamento, Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos, Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão.

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