13 de dezembro de 1972: O Legado que Moldou a Engenharia no Maranhão
Em 23 de abril de 1934, o CONFEA aprovou a organização dos Conselhos Regionais de Engenharia, incluindo o Maranhão como parte da 1ª Região
Em 23 de abril de 1934, o CONFEA aprovou a organização dos Conselhos Regionais de Engenharia, incluindo o Maranhão como parte da 1ª Região, que abarcava os estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do Acre, com sede em Belém, conforme a Resolução CONFEA nº 2/1934. Décadas depois, em 1970, foi criada a Inspetoria do Maranhão, marcando o primeiro passo para o estabelecimento do CREA-MA, oficializado em 28 de junho de 1973 pela Resolução CONFEA nº 216/1973. Contudo, o verdadeiro marco desse processo foi a formatura da primeira turma de engenheiros em solo maranhense, pela Escola de Engenharia do Maranhão, em 1972.
Há exatos 52 anos, em 13 de dezembro de 1972, o Maranhão conquistava seu espaço no cenário da engenharia nacional com a colação de grau da primeira turma de engenheiros da Escola de Engenharia do Maranhão. A cerimônia solene foi realizada no Teatro Arthur Azevedo, precedida de uma missa na Catedral e seguida por uma celebração no Jaguarema. Essa pioneira Escola de Engenharia deu origem ao que hoje conhecemos como Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Os engenheiros dessa turma inaugural enfrentaram e superaram inúmeros desafios, pavimentando o caminho para o desenvolvimento do Maranhão. Foram eles, os engenheiros civis: Ademir Silva Andrade Cunha, Antônio José Alves de Macedo, Diógenes Carvalho Aquino, Eduardo D’Almeida Campos Pereira Mota, Elias Miguel Mouchrek Neto, Elizeu Corrêa Marcos, Ernani Aguiar Silva Araújo, Euclides da Costa e Silva Júnior, Francisco de Assis Prazeres, Francisco José Bittencourt Araújo, Francisco Silva, Henrique Nascimento, João Pinto Lima, Joaquim Corrêa Lobão Neto (in memoriam), José Antônio Lopes do Carmo, José Bernardo Gandra de Carvalho, José Domingos Trinta Allen, José Domingues da Silva Neto, José de Ribamar Moraes Lima, José de Ribamar Rodrigues Fernandes, Leonel de Paula Madeira Campos, Luís Carlos Vieira Brito, Luíz Francisco de Assis Léda, Luís Raimundo Pinheiro Alves, Miguel Fiquene Filho, Nírondes de Jesus Tavares, Odimar da Costa Alencar, Raimundo Alves da Silva Costa, Raimundo de Jesus Lopes de Almeida, Salomão Abdalla, Sebastião José Pinheiro Franco e Sérgio Pereira dos Anjos Neto. Contudo, semanas antes da formatura, a turma enfrentou a tristeza com o falecimento de Joaquim Corrêa Lobão Neto, cuja memória segue viva entre seus colegas e familiares.
Entre os formandos, o Eng. Civ. Francisco Silva, carinhosamente conhecido como "Muriçoca", destacou-se não apenas por sua competência técnica, mas também por sua alegria contagiante. Para mim, ele foi muito mais do que um engenheiro: foi meu pai, meu maior exemplo e incentivador. Escrever este artigo foi especialmente desafiador porque seu legado está profundamente entrelaçado com a minha história. Meu pai faleceu repentinamente em 12 de janeiro de 2013, vítima de um trágico acidente de trânsito. Relembrar sua trajetória traz à tona a saudade, mas também um imenso orgulho por tudo que ele representou como pai, profissional e ser humano.
Apesar de ter seguido o caminho da engenharia elétrica, sua paixão pela engenharia e sua dedicação aos projetos que realizou sempre me inspiraram. Tornar-me engenheiro foi minha forma de honrar sua memória, mantendo vivo o amor pela profissão que ele me transmitiu.
O sucesso dessa turma histórica foi possível graças à visão e ao esforço do então governador José Sarney e do Eng. Civ. Haroldo Tavares, secretário estadual de viação e obras públicas. Juntos, idealizaram a criação da Escola de Engenharia do Maranhão, integrando-a à Federação das Escolas Superiores do Maranhão (FESM), criada pela Lei nº 3.260, de 22 de agosto de 1972. A FESM evoluiu mais tarde para a UEMA, consolidando a presença do ensino superior no estado.
Neste 13 de dezembro, celebramos os pioneiros da engenharia maranhense, que abriram caminhos, superaram barreiras e deixaram um legado de competência e dedicação. Seu exemplo continua a inspirar novas gerações, impulsionando o desenvolvimento e construindo um futuro promissor para o Maranhão.
Fonte:
[1] História, disponível em https://www.creama.org.br/historia/
[2] Curso de Engenharia Civil comemora 50 anos no Maranhão, disponível em https://www.uema.br/2017/12/curso-de-engenharia-civil-comemora-50-anos-no-maranhao/
[3] Convite de Formatura: Escola de Engenharia do Maranhão, Turma Senador José Sarney, 1972.
[4] Relatos do Eng. Civ. Luíz Francisco de Assis Léda
[5] Relatos do Eng. Civ. Elias Miguel Mouchereck
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