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COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

É hora de "sair de cena"

Confira a coluna desta semana da sexóloga e educadora sexual Mônica Moura.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

A vida dela seguia na doce e velha rotina quando ele apareceu. E também não pareceu muito diferente dos outros, exceto pelo perfeito português que suas palavras carregavam. Ainda assim, com uma cantada não muito diferente daquelas muitas que caiam no direct do Instagram. E essa foi a sua primeira impressão dele: "lá vem mais um querendo me pegar". 

A segunda impressão foi diferente, ele era mais interessante que os demais. Falou dos seus hobbies, trocaram opiniões sobre cidades brasileiras e elogiou a sua leveza na vida. "Ele era diferente, sim", pensou.

Relendo as mensagens - como toda mulher faz - percebeu que ali residiam duas possibilidades: 1) ele estava a stalkeando há tempos ou 2) ele estava realmente querendo impressionar com as suas habilidades na escrita. Resultado: nem uma coisa nem a outra. 

Conhecer aquele homem com singular experiência ao conquistar, foi o suficiente pra que ela se deixasse envolver. Era pra ela que ele dedicava grande parte do seu tempo. Respondia rapidamente a qualquer mensagem. Comparecia prontamente a qualquer convite.

E é óbvio que ela se apaixonou, né, gente?

Mas ao contrário do que os apaixonados pensam quando estão na fase aguda dos primeiros meses, ela sabia que longe dele não morreria. Tinha uma vida alegre e muitos amigos. Conseguia sorrir e se divertir com pessoas tão interessantes quanto. Quando afastados, a saudade doía um pouco, mas outras atividades amenizavam a dor até que ele aparecesse novamente. 

Sim, eventualmente ele sumia, sem rastros. Ela achava estranho, mas mesmo podendo seguir sozinha ou com outra pessoa, ela não quis. Queria ele. E poderiam haver zilhões de argumentos contra a manutenção daquela relação de sumir/aparecer - não importava. É que o seu coração pedia a companhia dele, e ela respeitava o coração. A cabeça racionalmente dizia que algo de errado não estava certo, mas ela só ouvia o coração mesmo. 

Então ele apareceu trazendo uma questão: a sua "falta de tempo" para dedicar ao relacionamento. 

Todos tentaram alertá-la de que o tempo é uma questão de prioridade. Cada um faz o seu tempo. E a prioridade dele morava em outro projeto. Ela não deu ouvidos. Insistiu.

Tentou convencer ele a disponibilizar tempo ao relacionamento. Ele enfatizou a vontade de dar atenção exclusiva aos seus planos profissionais. Ela não entendia isso. Insistiu outras vezes.

Arrastou o namoro por muitos outros meses até que finalmente foi vencida pelo cansaço. Não dava mais pra se colocar de lado, quietinha, vendo o tempo passar. Precisava, sim, da sua atenção. Do seu tempo. Dele. Então ela chorou, fez biquinho, e até algumas tolices... coisas “de mulher”. Nada adiantou.

Ele queria todo o seu tempo só pra si, e ela precisava sair de cena. 

Demorou, doeu, mas ela saiu.


 


 

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