Milei dissolve Agência Federal de Inteligência na Argentina

BUENOS AIRES - O governo argentino anunciou, na noite desta segunda-feira (15 de julho de 2024), a dissolução da AFI (Agência Federal de Inteligência) e a reestruturação do sistema de inteligência do país.

De acordo com comunicado do gabinete do presidente Javier Milei, a decisão foi tomada devido ao uso da AFI para atividades ilegais como espionagem interna, tráfico de influência e perseguição política e ideológica.

FALTA DE FISCALIZAÇÃO

O governo de Milei criticou a falta de fiscalização da agência, que permitiu a proliferação dessas práticas e resultou em uma "dívida com o sistema democrático e republicano" do país. "Sem uma fiscalização eficaz, produto de intervenções que duraram anos, a proliferação destas condutas constituiu uma dívida com o sistema democrático e republicano que hoje começamos a saldar", destacou o comunicado.

Com a dissolução da AFI, a gestão da inteligência será transferida para a Side (Secretaria de Inteligência do Estado), que havia sido substituída pela AFI em 2015, durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner. Sergio Neiffert, atual controlador da agência de inteligência, continuará no comando da Side, reportando diretamente ao presidente da República.

A reestruturação inclui a criação de quatro novas agências com o objetivo de modernizar e promover a excelência no sistema de inteligência. As novas agências são: o Serviço de Inteligência Argentino (SIA), a Agência de Segurança Nacional (ASN), a Agência Federal de Cibersegurança (AFC) e a Divisão de Assuntos Internos (DAI).

Segundo o governo, essas mudanças visam consolidar uma visão estratégica e moderna do sistema de inteligência, garantindo o equilíbrio entre os diferentes órgãos e afastando interesses pessoais e partidários. "Este conjunto de modificações na estrutura do Sistema Nacional de Inteligência permitirá a consolidação de uma visão estratégica e moderna, e garantirá o equilíbrio entre os diferentes órgãos, afastando qualquer interesse pessoal, partidário ou contrário ao engrandecimento da Pátria", concluiu o comunicado.

A íntegra do comunicado em espanhol foi publicada pelo gabinete de Javier Milei no X (ex-Twitter): 

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