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COLUNA
Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

Quanto vale um namorado

Em homenagem ao próximo Dia dos Namorados, dia 12, uma oportuna reflexão sobre o tema:

José Ewerton Neto

Em homenagem ao próximo Dia dos Namorados, dia 12, uma oportuna reflexão sobre o tema:

O Namorado, assim como outras moedas, depende muito do valor de sua cotação no mercado. Em passado distante já foi moeda forte, embora Noivo valesse mais. Os tempos mudaram, a revolução dos costumes neste século foi tão veloz que uma namorada passou a ter maior valor que o equivalente masculino, principalmente entre as mulheres. Recente reportagem do Fantástico informou, no entanto, que os casamentos estão em alta de novo, especialmente os casamentos comunitários, pelo baixo custo inicial aparente. 

As mulheres voltaram a sonhar com um casamento de véu e grinalda, rumo ao altar ou a um Pix sempre acessível.  O certo é que, para facilitar os casamentos, hoje em dia qualquer pedaço de  praia serve como igreja, qualquer dono de bar serve como padre e qualquer azulzinha serve de hóstia com a vantagem de adiantar uma forcinha para o futuro marido, se ele for do sexo masculino.  As coisas, como todos sabem, não andam lá muito bem para o lado da masculinidade.  

O certo é que a serventia principal de um namorado que sempre foi a de elas se precaverem da Anuptafobia (medo de ficar solteira) parece ter voltado com alguma força.

Afora isso, até a sua segunda maior utilidade (como adorno pessoal para mostrar para as amigas) entrou em desuso com a possibilidade de elas usarem as soluções de relacionamento com a inteligência artificial oferecida pela net, em quem elas descobriram uma enorme vantagem: não precisam fingir o orgasmo. 

A verdade é que em comparação com outras moedas igualmente  populares  Namorado, ao contrário do dólar ou do euro, é uma moeda difícil de ser guardada. Não dá para guardar no bolso ou na mochila, dentro do vestido ou em outro esconderijo. Não dá para retirá-los numa caixa eletrônica nem depositá-lo em bancos (não só porque os bancos comuns não aceitam,  como também os da praça nem  existem mais para namoro - o romantismo acabou).  Há ocasiões em que elas tentam guardá-lo dentro de si, mas, infelizmente, isso dura  pouco tempo.

Ao indagar-se a qualquer uma delas a razão pela qual, no mundo de hoje em que são cada vez mais independentes,  ainda perdem tempo investindo em namorados ao invés de no bit-coin, por exemplo,  muitas  respondem que mais vale um namorado na mão que dois voando  embora saibam de antemão que sempre acabam pagando com juros. A sorte é que não são juros reais, mas disfarçados: “Juro que te amarei por toda vida!”          

 

 

 

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