Serviço precário

Em São Luís, Samu conseguiu atender somente 10% das chamadas em 2023

Dados são de relatório de atendimento feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência; atualmente, somente 10 ambulâncias estão funcionando na capital.

Carla Lima/Ipolítica

Além dos problemas nas ambulâncias, servidores reclamam da falta de condições de trabalho no Samu
Além dos problemas nas ambulâncias, servidores reclamam da falta de condições de trabalho no Samu (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Um relatório do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de São Luís mostra um dado preocupante: 90% das chamadas para o serviço não foram atendidas em 2023. Foram mais de 200 mil chamadas e pouco mais de 20 mil foram atendidas de janeiro a dezembro do ano passado.

Após este relatório, o Sindicato dos Funcionários e Servidores Municipais (Sinfusp) fez vistoria na sede do Samu. Segundo o vice-presidente da entidade, Dennison Sodré, na conferência foram verificadas 11 ambulâncias do Samu sendo 10 em funcionamento e uma em manutenção. Ainda segundo o sindicato, das viaturas que estão funcionando, três estão sucateadas.

Com tão poucas ambulâncias, o atendimento está prejudicado. De janeiro a dezembro do ano passado, foram feitas 204.549 chamadas para pedido de atendimento do Samu. Destas, somente 20.443 foram atendidas. Isto representa cerca de 10% de atendimentos em 2023. 

Se for feita uma média de atendimento por mês, o Samu atendeu cerca de 1,7 mil chamadas. Se for colocar a média diária, são somente quase 57 atendimentos.

Sobre a quantidade de ambulância, em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), diz ter 13 ambulâncias em atividade sendo 10 para o suporte básico e três de suporte avançado além de três ambulâncias de reserva técnica e duas motolâncias.

Ainda de acordo com a Semus, a renovação da frota é de responsabilidade do Ministério da Saúde.

Mas se renovar a frota é de competência do governo federal, a manutenção deve ser feita pelo município. Para isto, a cidade conveniada para ter o atendimento do Samu recebe a contrapartida do estado não somente para a manutenção as ambulâncias, mas também para manter o funcionamento do serviço.

Atualmente, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) repassa cerca de R$ 1,8 milhão por mês para os municípios conveniados. Somente São Luís, recebe cerca de R$ 193,6 mil a cada mês.

Do que estava previsto na Lei de Orçamentária Anual (LOA), em 2023, o Samu deveria receber do Estado cerca de R$ 6 milhões, do Fundo Municipal de Saúde, cerca de R$ 6,8 milhões previsto. Já para a manutenção das ambulâncias, a previsão de despesa era de R$ 19,8 milhões.

 

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