(Divulgação)
COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com nexo

Impotência negada

(e até aqui a culpa recai sobre a mulher)

Mônica Moura

Mônica Moura, sexologia clínica e educadora sexual.
Mônica Moura, sexologia clínica e educadora sexual. (Divulgação)

Casados há 15 anos, Flávio e Lívia sempre cultivaram uma vida sexual ativa e prazerosa, mas ultimamente, Flávio vinha enfrentando o constrangimento de perceber sinais de impotência sexual.

Orgulhoso demais para admitir isso, não queria que Lívia soubesse, ou sequer pensasse que ele estava "falhando" nesse aspecto da vida. Então, bolou um plano astuto (assim ele pensava).

Depois de mais uma tentativa frustrada de intimidade, Flávio sentou na cama com um semblante sério e olhou para a esposa. "Amor, precisamos conversar", disse ele, tentando soar o mais preocupado possível.

Lívia se endireitou na cama, alarmada. "O que foi, Flávio? Está tudo bem?"

Flávio suspirou dramaticamente e balançou a cabeça. "Não, Lívia. Não está tudo bem. Eu tenho notado que... você não parece mais atraída por mim."

Lívia o olhou, confusa. "O que você quer dizer com isso?"

"Eu percebo que você não está se dedicando tanto quanto antes", disse ele, gesticulando exageradamente. "Talvez você não esteja mais me achando atraente. Isso está afetando... você sabe, nosso desempenho."

Lívia ficou em silêncio por um momento, digerindo as palavras de Flávio. "Você está dizendo que eu sou o problema?", perguntou, incrédula.

"Não, não é isso", Flávio rapidamente tentou remediar a situação. "Só acho que talvez você devesse tentar... sei lá, algo diferente. Talvez se cuidar mais, se vestir de maneira mais provocante. Essas coisas podem fazer a diferença."

Lívia levantou da cama, com a paciência claramente se esgotando. "Flávio, você está realmente tentando colocar a culpa em mim? Porque, sinceramente, eu acho que o problema não sou eu."

Flávio insistiu, ainda mais desesperado para manter sua fachada. "Claro que não estou culpando você, mas talvez seja bom se consultar. Pode ser que algo esteja desequilibrado no seu corpo."

Naquela noite, Lívia dormiu profundamente irritada. No dia seguinte, marcou uma consulta comigo. Depois de uma avaliação completa, confirmamos que Lívia estava em perfeita saúde.

De volta para casa, ela decidiu confrontar o marido com os resultados. "A sexóloga disse que estou ótima, Flávio. Acho que está na hora de você também marcar uma consulta."

Ele engoliu em seco, mas seu orgulho não o deixava desistir tão facilmente. "Bem, talvez a questão seja emocional, Lívia. Quem sabe alguma coisa no nosso relacionamento esteja te deixando insegura, né?"

Lívia revirou os olhos. "Sabe de uma coisa, Flávio? Acho que precisamos ser honestos um com o outro. Você precisa procurar ajuda. Isso não é vergonha nenhuma!"

Flávio finalmente percebeu que não tinha mais como fugir. Com um suspiro resignado, ele concordou. "Tudo bem. Vou marcar uma consulta. Mas é só para tirar todas as dúvidas, ok?"

Semanas depois, após várias consultas e algumas risadas, Flávio aprendeu uma valiosa lição: às vezes, admitir um problema é o primeiro passo para encontrar a solução – e que a honestidade, no final das contas, é sempre o melhor caminho.

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