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COLUNA
Rogério Moreira Lima
Engenheiro e professor, foi coordenador Nacional da CCEEE/CONFEA e vice-presidente CREA-MA (2022). É membro da Academia Maranhense de Ciência e diretor de Inovação na Associação Brasileira de
Rogério Moreira Lima

Para que servem as universidades?

As universidades são centros que emanam o saber e têm uma função muito além do ensino, pois a pesquisa e a extensão têm iguais importâncias.

Rogério Moreira Lima

Atualizada em 30/04/2024 às 12h54

As universidades são centros que emanam o saber e têm uma função muito além do ensino, pois a pesquisa e a extensão têm iguais importâncias. Assim, as universidades se apoiam no tripé: ensino, pesquisa e extensão; por isso é equivocada a visão de que universidades se destinam unicamente e exclusivamente ao ensino ou que esta atividade tem prioridade em relação às demais atribuições, pois, na realidade, todas as três têm igual importância e devem agir de maneira articulada e integrada, trazendo assim retorno à sociedade, mas qual retorno? Assim fica-se com dois questionamentos quanto às universidades, um relativo à sua função e outro sobre sua entrega à sociedade.

O ensino tem importância e impacto direto na entrega de mão de obra ao mercado, dependendo do curso em questão este fornece profissionais ao setor primário, secundário ou terciário da economia. Quando os egressos são bem preparados, reduzem-se os custos com treinamento e têm-se ganhos de produtividade, impactando positivamente a economia, e isso se expressará claramente no PIB (Produto Interno Bruto). Assim, para cumprir seu papel, as universidades devem manter proximidade com as empresas e Governo, para que seus egressos cheguem mais bem preparados ao mercado profissional.

A pesquisa é o que gera desenvolvimento de uma nação. Criar e inovar sempre, e assim teremos uma indústria forte e um país definitivamente inserido no mercado global do século XXI, sendo competitivo. A universidade tem que saber as demandas da indústria, e propor soluções inovadoras, assim como também criar e surpreender a indústria, pois a universidade é o centro do saber.

A extensão é a ação que implica em compartilhar o conhecimento adquirido com o ensino e a pesquisa. Assim, que se fortaleça a extensão. A Lei Federal nº 13.243/2016 define ainda uma modalidade específica de extensão, a extensão tecnológica. Deste modo, para inovar, precisa-se auxiliar o desenvolvimento, aperfeiçoamento e difusão de soluções tecnológicas e transferir isso para a sociedade e para o mercado. 

As universidades brasileiras têm se destacado em soluções para a sociedade, como, por exemplo: a UFRJ resolveu o problema das oscilações na ponte Rio Niterói, que gerava interdições da mesma (Sistema da UFRJ "silencia" ponte Rio-Niterói, Folha de São Paulo), a UFMG criou uma vacina mais eficaz contra a Covid (mais eficaz e econômica, vacina contra a Covid-19 produzida pela UFMG está pronta para testes em humanos, G1 Minhas Gerais), UEMA desenvolve antena bioinspirada para aplicações WLAN e 4G (pesquisa da UEMA sobre antenas bioinspiradas é publicada em revista científica internacional, UEMA) e a transferência de pesquisa realizada pela UFMA (pesquisa sobre a associação de carrapaticidas sintéticos com produtos naturais resulta na primeira transferência tecnológica da UFMA) e está tendo participação de destaque nos estudos de camada física da TV 3.0 em uma parceira da UEMA com a UFF e a PUC-RIO.

A universidade serve à sociedade, e suas criações mudam e afetam o modo de vida de todos. Então, quando se opta por ter universidades fortes, a opção é clara, opta-se por criar tecnologias em vez de ser um mero consumidor. Criar é preciso, sim as universidades públicas de qualidade, mesmo com todo os problemas e dificuldades enfrentadas, mantêm-se na liderança em ensino, pesquisa e extensão.

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