De Olho na Economia

A Soja no Maranhão em 2024: Desafios e Oportunidades

Atualmente temos a cotação da soja no estado do Maranhão em torno de R$100,00 a saca de 60kg, um valor desafiador para a rentabilidade dos produtores da região.

Wagner Matos/Economista

Atualizada em 15/03/2024 às 17h10
A maior parte da produção de grãos brasileira tem o destino o mercado externo, ou seja, outros países.
A maior parte da produção de grãos brasileira tem o destino o mercado externo, ou seja, outros países. (Foto: Divulgação)

Os produtores de grãos do Maranhão, em particular o da soja e do milho, enfrentam dificuldades neste ano de 2024, ocasionados por condições climáticas e variações nos preços internacionais. Diante deste cenário, ofereço uma avaliação com base em dados e informações do mercado.

Atualmente temos a cotação da soja no estado do Maranhão em torno de R$100,00 a saca de 60kg, um valor desafiador para a rentabilidade dos produtores da região. Além do preço, temos outros fatores que afetam a rentabilidade que são: O mercado, o armazenamento da produção e os intermediários (traders).

1. MERCADO – A maior parte da produção de grãos brasileira tem o destino o mercado externo, ou seja, outros países. O mercado internacional representa 80% (China, União Europeia, EUA e Japão) e o mercado nacional representa 20% (indústria de alimentos, ração animal, biodiesel e outros). Essa dependência do mercado externo acaba refletindo nas oscilações do câmbio (real x dólar) e da variação dos preços internacionais das commodities alimentícias. Isso, impacta diretamente os produtores.
 

2. CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO – A falta de capacidade de armazenamento é um problema que dificulta na negociação por melhores preços, limitando os produtores à venda imediata no período da colheita, que momentaneamente pode encontrar preços desfavoráveis. Além disso, a falta de silos para o armazenamento adequado acaba afetando a qualidade dos grãos. O controle de temperatura e das pragas são primordiais para assegurar um bom preço. De acordo com estudos da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e Esalq-Log/USP o potencial de valorização nos preços podem chegar em até 20%, em algumas regiões do país.

3. INTERMEDIÁRIOS – Os intermediários são as trades, que tem como função comprar a produção de produtores locais e repassar aos grandes compradores internacionais, ou seja, são os atravessadores. As trades detém a maioria dos contratos internacionais de fornecimento e controlam também a maioria dos silos de armazenamento disponíveis no país. Sendo assim, essa situação é mais um fator que afeta as margens dos produtores.

As tendências para 2024 são uma previsão de queda na produção, mas devemos observar que a demanda global por alimentos e biocombustíveis é de crescimento. Já o mercado interno aponta um aumento no consumo de soja. E não podemos esquecer que temos como aliada a tecnologia que traz inovações para aumentar a produtividade e competitividade.

Em conclusão, recomendo ações que fortaleçam a organização, a busca por investimentos em soluções de armazenamento e logística e o monitoramento constante dos custos atrelados ao câmbio. Fatores, que juntos serviram de base para a tomada de decisões estratégicas e alcançar maior rentabilidade em 2024.


 

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