Saúde

Mulheres do Maranhão receberão tecnologia inovadora para detectar HPV

O novo teste eficaz na detecção do câncer de colo do útero, traz a vantagem do aumento do intervalo de realização do exame.

Imirante.com, com informações do MS

Atualizada em 12/03/2024 às 23h13
A testagem vai possibilitar um diagnóstico mais rápido e preciso da doença.
A testagem vai possibilitar um diagnóstico mais rápido e preciso da doença. (Foto: Renato Araújo / Agência Brasil)

BRASIL - Mulheres de todo o Brasil contarão com uma tecnologia de testagem molecular para detecção do vírus HPV e rastreamento do câncer de colo do útero. A incorporação do novo teste ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi anunciado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (8). A testagem vai possibilitar um diagnóstico mais rápido e preciso da doença. Todos os anos no Maranhão, cerca de 800 mulheres recebem o diagnóstico da doença. A eliminação do câncer de colo do útero como problema de saúde pública é prioridade da Pasta. No ano passado, foram investidos R$ 18 milhões em um projeto piloto.

A decisão de incorporar a estratégia para uso em todo o território nacional é um ganho para as mulheres, já que além de ser uma tecnologia eficaz para detecção e diagnóstico precoce, traz a vantagem do aumento do intervalo de realização do exame. Enquanto a forma atual de rastreio, por meio do exame Papanicolau, deve ser realizada a cada três anos e, em caso de detecção de alguma lesão, de forma anual, a testagem é recomendada a cada cinco anos. Essa mudança traz melhor adesão e facilita o acesso ao exame.

Quarta causa de óbito entre mulheres

Estimativas indicam que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil todos os anos, sendo 5.280 na região Nordeste e 800 no Maranhão. Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de óbito pela doença em mulheres — principalmente negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.

Diferente de outros tipos de câncer, a doença tem causa conhecida: a infecção resistente por algum tipo de HPV, infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. E, embora sejam ofertadas alternativas para prevenção - tanto por meio da vacinação contra HPV, do uso de preservativos nas relações sexuais e da realização do rastreio para diagnóstico precoce — a doença segue como uma das principais causas de morte de mulheres em idade fértil por câncer no Brasil. Na região norte do país, por exemplo, essa é a principal causa de óbito entre as mulheres. O Maranhão tem uma taxa de mortalidade estimada em 9,59 casos para cada 100 mil mulheres.

Recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a testagem é considerada o padrão ouro para detecção do câncer de colo de útero e integra as estratégias para eliminação do câncer do câncer de colo de útero como problema de saúde pública até 2030. A incorporação foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a já ofertada no SUS.

Avanços em pesquisas científicas

Em 2023, as chamadas públicas para estudos transdisciplinares em saúde coletiva, evidências em saúde, e saúde de precisão, realizadas pela Pasta, revelaram um significativo avanço na promoção da equidade de gênero na pesquisa científica. Entre os projetos selecionados, 176 mulheres foram escolhidas, destacando o papel fundamental das mulheres pesquisadoras nesses campos.

Na Chamada Nº 21/2023, que abrange estudos transdisciplinares em saúde coletiva, dos 201 projetos aprovados, 130 são liderados por mulheres, 64% do total. A Chamada 22/2023, focada em evidências em saúde, registrou 8 projetos coordenados por mulheres e 4 por homens. Na Chamada Nº 16/2023 de Saúde de Precisão, 38 dos 94 projetos aprovados são liderados por mulheres.

Esses resultados refletem um compromisso crescente com a promoção da diversidade e equidade de gênero no cenário científico, impulsionando a representatividade das mulheres em áreas cruciais da pesquisa.

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