Cientistas

Pesquisadoras jovens do Maranhão desenvolvem bioproduto inovador contra a dengue

Os estudos tiveram início em julho de 2022 e culminaram no desenvolvimento do produto em novembro de 2023.

Imirante.com, com informações do g1 Ma

Marcelle Ataide e Thaylanna Pinto
Marcelle Ataide e Thaylanna Pinto (Foto: Reprodução / TV Mirante)

SÃO LUÍS - Superando desafios e desigualdades, as jovens pesquisadoras Marcelle Ataide e Thaylanna Pinto, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), desenvolveram, de forma inédita, um bioproduto capaz de matar o mosquito Aedes Aegypti, responsável por doenças como dengue, zika e chikungunya.

Thaylanna Pinto, que é estudante de química industrial, desempenhou um papel fundamental no projeto que visava desenvolver um óleo feito a partir de plantas nativas. Junto com seus orientadores, ela apresentou a ideia ao Laboratório de Pesquisa Aplicada de Óleo Essencial da UFMA.

Os estudos tiveram início em julho de 2022 e culminaram no desenvolvimento do produto em novembro de 2023.

A pesquisa foi concluída no mesmo período em que o Brasil enfrenta um surto de dengue. No Maranhão, a doença já causou a morte de uma pessoa e outros 10 óbitos estão sob investigação.

Em entrevista ao g1, Thaylanna explicou que o produto é produzido de forma natural, utilizando plantas nativas como base, incluindo jardineira, cravo-da-índia e mastruz, que são populares na região.

Uma vez finalizado, o produto se transforma em um tipo de óleo capaz de combater o mosquito quando aplicado, oferecendo uma solução de baixo custo e ambientalmente sustentável.

“Neste estudo, utilizamos os óleos essenciais, extraídos por hidrodestilação, de Alpinia zerumbet, Syzygium aromaticum e Dysphania ambrosioides, conhecidas popularmente como jardineira, cravo-da-Índia e mastruz coletadas no estado do Maranhão. Estes óleos essenciais foram transformados em formulações bioativas na forma de nanoemulsão produzidas através de método de baixa energia, baixo custo e ecologicamente viável", disse Thaylanna.

A estudante conta que a motivação para iniciar uma pesquisa nesse ramo, veio da preocupação com o aumento dos casos de arboviroses no Maranhão e no Brasil. Além de um meio alternativo de proteção contra o mosquito, a iniciativa pensou na necessidade de um produto que não agredisse o meio ambiente e que fosse financeiramente acessível às pessoas.

“Este estudo nasceu visando trazer uma alternativa sustentável e economicamente viável através de formulações bioativas para aplicação de letalidade frente Aedes aegypti em todas as suas formas de vida”, ressalta a pesquisadora.

Apaixonada pela ciência desde muito nova, Thaylanna conta que o projeto é uma alternativa de combate à dengue que pode ajudar na diminuição de casos dessa e outras doenças transmitidas pelo mosquito, como zika e a chikungunya no Brasil. Ao g1, ela conta que se sentiu honrada em como mulher, ter exercido um papel fundamental dentro dos estudos.

"O resultado positivo é graças ao esforço conjunto de toda a equipe. Mas, como uma mulher me sinto honrada em poder agregar com essa pesquisa pensada e criada em prol da sociedade”, disse.

 


 

 

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