Prevenção e conscientização

Janeiro Roxo: MA registrou mais de dois mil casos de hanseníase em 2023

Casos cresceram em todo o país; primeiro mês do ano é dedicado à prevenção e conscientização acerca da doença.

Publipost / Hapvida Notredame Intermédica

Atualizada em 24/01/2024 às 17h00
No Maranhão, 2.274 casos da doença foram registrados no ano passado, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
No Maranhão, 2.274 casos da doença foram registrados no ano passado, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Em todo o Brasil foram diagnosticados, pelo menos, 19.219 novos casos de hanseníase, entre janeiro e novembro de 2023. Isso é o que apontam estatísticas do Ministério da Saúde, demonstrando que o resultado ultrapassa os números de 2022. No Maranhão, 2.274 casos da doença foram registrados no ano passado, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O relatório aponta ainda que, desse total, 168 das novas ocorrências foram em crianças e adolescentes de até 15 anos.

Para conscientizar a respeito da Hanseníase, o primeiro mês do ano é dedicado à campanha Janeiro Roxo. A iniciativa foi instituída em 2016 pelo Ministério da Saúde e, desde então, ações educativas são promovidas em todo o Brasil.

O dermatologista Diogo Pazzini, da Hapvida Notredame Intermédica, explica que a hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada por uma bactéria. “Trata-se do bacilo chamado Mycobacterium leprae. A sua transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o patógeno por meio de secreções nasais, tosses ou espirros”, contextualiza.

Segundo o especialista, os sintomas podem surgir entre dois e sete anos a partir da contaminação. “Na fase inicial da doença, podem surgir lesões na pele, que causam diminuição ou ausência de sensibilidade. As formas mais graves são as que geram comprometimento neurológico, com alterações motoras e deformidades”, acrescenta.

O médico, que também é sócio titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cita que parte da população é resistente à doença e não vai desenvolvê-la mesmo entrando em contato com a bactéria. “No entanto, não se pode e não se deve relaxar nem negligenciar a condição. Caso a pessoa perceba alguns sinais, como manchas na pele esbranquiçadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade, associadas ou não ao formigamento nos membros, deve procurar imediatamente um médico para passar por um exame detalhado, receber um diagnóstico e obter a assistência correta”, alerta.

O tratamento é feito por meio de comprimidos, que devem ser tomados por um período que varia de seis meses a um ano, conforme indicação médica. É fundamental a intervenção precoce, uma vez que a hanseníase afeta a pele e os nervos. A demora pode levar a sequelas incapacitantes.

A boa notícia é que, logo após o início do medicamento, o paciente não transmite mais a doença. Portanto, ele não precisa mais ficar isolado, como acontecia antigamente.

“Ainda existe muito preconceito relacionado à hanseníase. Isso se deve, em grande parte, à falta de informação e ao estigma relacionado a conceitos arraigados na sociedade. Estamos falando de uma doença milenar, por muitos anos denominada de lepra, que afastava os doentes do convívio social, isolando-os em instituições. Isso ocorria em virtude da inexistência, à época, de medicamentos eficazes. Assim, tentavam evitar a transmissão. No entanto, hoje, nada disso faz sentido, porque há tratamento”, reitera.

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