SÃO LUÍS - São Luís possui 89 áreas que estão apresentando algum tipo de risco estrutural, segundo um levantamento realizado pela Defesa Civil. Entre os imóveis, estão os casarões do Centro Histórico de São Luís que são tombados como Patrimônio da Humanidade e enfrentam problemas de infraestrutura.
A capital maranhense é uma das cinco cidades do Brasil com a maior quantidade de aglomerados irregulares, com média de 32,42%. A capital maranhense só fica atrás das cidades de Belém (55,49%), Manaus (53,38%) e Salvador (41,83%).
Um dos fatores que aumentam a insegurança é o tempo instável no Centro Histórico de São Luís. A área possui diversos casarões abandonados e com risco de desabamento. Na Rua da Palma, por exemplo, muitos estão deteriorados e até escorados e, o risco de desmoronamento é grande.
Uma análise feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia aponta que, no Sul do Maranhão, pode chover até 250 milímetros em dezembro. Já em São Luís, a chuva pode chegar a 100 milímetros no mesmo período. Entretanto, devido a influência do fenômeno "El Niño", as chuvas podem ser mais intensas.
"É uma pena. Tanto prédio bonito desse se acabando, os donos não cuidam, o Governo não toma a responsabilidade de reformar e está aí se acabando", diz Beto Lima, artista plástico. Quem mora ou passa diariamente em lugares que estão nessas áreas de risco, convive com o medo constante.
A empregada doméstica Gisania Cutrim diz que pensa até em se mudar de onde mora. "Tenho medo de vir lá e matar a gente", disse a empregada doméstica. São Luís e mais 72 cidades do Maranhão estão com previsão de muita chuva para os próximos dias. Com o período de transição para a época chuvosa, começa a preocupação com as áreas de risco.
No Centro Histórico, é possível ver inúmeros imóveis que tiveram parte de cômodos que vieram abaixo devido aos deslizamentos de terra. Por isso, os moradores até abandonaram a casa.
Em um conjunto de kitnets na Vila Dom Luís, na área Itaqui-Bacanga, a dona de casa Vânia de Araújo vive com a família. Com medo dos deslizamentos, a família construiu um muro de contenção para evitar o pior, mas o perigo continua no quintal, já que não há terra firme na área. "Quando chega o inverno aqui é área de risco, ai chove e as kitnet entra água tudinho. Essa barreira caiu, o pessoal da Prefeitura veio, olharam mas não deram resposta nenhuma", disse Vânia de Araújo.
A Defesa Civil de São Luís reforça que realiza o monitoramento constante nas áreas de risco e de alagamento e informa que os moradores destes locais podem solicitar a assistência dos brigadistas.
Saiba Mais
- Quase 4 milhões de pessoas vivem em áreas de risco no Brasil
- São Luís tem 60 áreas de risco mapeadas pela Defesa Civil
- Moradores de áreas de risco continuam em casas interditadas à espera de benefício
- Área de risco: com chuvas, Estrada da Vitória está em estado de alerta
- Mapeamento anual de áreas de risco na capital é atualizado
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