(Divulgação)

COLUNA

Allan Kardec
É professor universitário, engenheiro elétrico com doutorado em Information Engineering pela Universidade de Nagoya e pós-doutorado pelo RIKEN (The Institute of Physics and Chemistry).
Coluna do Kardec

O futuro do Brasil e da energia

Breve relato do último seminário BNDES/PETROBRAS, em que participamos.

Allan Kardec

 
 

Hoje falamos sobre nossa apresentação no seminário ”Caminhos para transição energética justa no Brasil (BNDES / PETROBRAS)”, acontecido no dia 11 último.

Nele, versamos sobre a importância fundamental de o Brasil explorar a Margem Equatorial onde, nessa apresentação, usamos argumentos da história das energias no planeta além da necessidade do combate à fome e à desigualdade, irmanado com a diminuição da emissão de CO2.

Mostramos aspectos pouco discutidos tais como nossa tentativa de entender como será a necessidade de energia nos próximos anos, não só a partir do crescimento do PIB e do aumento da população do mundo, mas também pelo avanço da Inteligência Artificial e sua demanda imensa por energia.

Também mostramos que a evolução da matriz energética do planeta sempre foi lenta e ascendente e, em poucos casos, se estabilizou, tal como no caso da lenha. Ou seja, estatisticamente não houve absolutamente nenhuma queda, diminuição ou extermínio de nenhuma fonte energética nos últimos 200 anos, desde a Revolução Industrial. Os eventos esporádicos foram a crise da década de 1970 e a pandemia do Covid. Podemos ver no gráfico abaixo.

 
 

Bom lembrar que nesses últimos dois séculos, houve duas guerras mundiais, revoluções na Rússia e na China, revoltas em todos os continentes, criação de novos países e outros que mudaram de nome. Nesse ínterim, a curva se manteve impávida - e é bom lembrar que o gráfico acima é mero reflexo das ações e caminhos que a Humanidade escolheu nos últimos dois séculos. Não pondero as razões, apenas mostro os números.

Pela nossa experiência como professor e pesquisador, nas últimas décadas, atuando na área de energia e ensinando e pesquisando em processos estocásticos (a estatística quando leva em consideração o tempo), não nos parece que o cenário caminhe para a substituição pura e simples de fontes. Falo isso porque muito especialistas e políticos, além de ativistas, defendem a ideia de que o planeta vai mudar a partir de suas ações políticas para fontes renováveis. Essas fontes ainda se encontram, hoje, no planeta, em níveis residuais ainda que em curvas ascendentes, com nenhuma dominante e há propostas de novas outras, pelo que se observa em jornais especializados e leigos.

A figura abaixo mostra como as emissões de gases de efeito estufa se comportaram.

 
 

Esta eu fiz e chamei de “aceleração das emissões”, que é a derivada da anterior. O Brasil claramente está diminuindo as emissões no tempo.

 
 

Os dados indicam que o mundo caminha para a diversificação de sua matriz energética, ou seja, para onde o Brasil está - o país mais avançado do planeta em diversificação de sua matriz energética, com quase metade de suas fontes sendo renováveis. No entanto, os dados também indicam que as fontes dominantes no planeta nas próximas décadas serão petróleo, gás natural e carvão.

Adicionalmente, o mundo trabalha pela queda - e tem tido sucesso em algumas regiões - para a diminuição da emissão dos gases de efeito estufa. O Brasil, nesse aspecto, é exemplo: aumentou a produção de petróleo enquanto diminuiram as emissões.

Por outro lado, patinamos extraordinariamente no combate à desigualdade. A fome continua a ser um aspecto que a Humanidade talvez queira se ater - pelo mesmo motivo que quer diminuir as consequências dos gases de efeito estufa: sobrevivência do ser humano! Os pobres - muitos deles - continuam na Idade da Pedra, sem acesso ao que a Revolução Industrial trouxe para uma grande parte da Humanidade: energia!

Para quem quiser assistir, o link da apresentação, em torno de 20 minutos, está aqui.

https://youtu.be/yJn91O8NN8o

*Allan Kardec Duailibe Barros Filho, PhD pela Universidade de Nagoya, Japão, professor titular da UFMA, ex-diretor da ANP, membro da AMC, presidente da Gasmar.

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