(Divulgação)

COLUNA

José Lorêdo Filho
Editor da Livraria Resistência Cultural Editora e chanceler do Círculo Monárquico de São Luís
José Lorêdo Filho

Antônio Carlos Lima (1956 – 2023)

Deixou-nos, no último domingo, o jornalista, escritor e acadêmico Antônio Carlos Lima (1956 – 2023).

José Lorêdo Filho

Deixou-nos, no último domingo, o jornalista, escritor e acadêmico Antônio Carlos Lima (1956 – 2023). Embora não tenha tido qualquer contato com ele, o seu falecimento me emociona — pelas inconveniências do um desencontro. Lembrou-me o que se deu com o poeta José Chagas, que faleceu sem que eu lhe tivesse levado a palavra da minha admiração por sua obra. E ocasiões não me faltaram para conhecer o sonetista do Colégio do vento.

Os bons amigos, confrades e interessados nos temas relacionados à monarquia acompanham generosamente o ciclo de conferências de formação cívica e cultural que o Círculo Monárquico de São Luís, do qual tenho a honra de ser o chanceler, vem organizando nos últimos tempos, abrigado sempre pelos parceiros da Livraria AMEI, no São Luís Shopping, que, pressurosamente, nos cedem o espaço e nos ajudam com a divulgação. Amigos queridos como os acadêmicos Sebastião Moreira Duarte, Lourival Serejo, Daniel Blume e José Neres e os professores Diogo Guagliardo Neves e Euges Lima já nos honraram com exposições que muito nos enriqueceram, a nós que amamos as “coisas” maranhenses e brasileiras. Pois bem — um dos próximos convidados seria justamente o Antônio Carlos Lima, cujo nome passara a constar na relação de nomes do Círculo depois que li o excelente artigo que havia publicado, neste mesmo espaço do Imirante, sobre “Gonçalves Dias e a Independência do Brasil” (link: https://imirante.com/noticias/sao-luis/2023/04/16/coluna-do-acl-goncalves-dias-e-a-independencia-do-brasil), no qual foi taxativo em considerar que as comemorações em torno do bicentenário do Poeta Maior deveriam estar intimimamente ligadas ao próprio bicentenário da Independência.

Tenho para mim que o livro que li de sua lavra foi comprado por mim, acho que pelos idos de 2008, no sebo Papirus do Egito, da minha querida e saudosa amiga D. Moema de Castro Alvim, grande espírito, grande vocação para o bom convício e a boa conversa, além de conhecedora régia das nossas coisas. Conhecia como poucos o melhor da bibliografia maranhense.

É pena que tenha havido um tal desencontro. Mas, por outro lado, os encontros verdadeiros e duradouros se dão de uma outra maneira e numa outra dimensão. Era eu leitor assíduo de seus artigos na imprensa maranhense e lera, com grande proveito, o seu Além da ilha (São Luís: Clara, 2004), volume em que reuniu parte de sua produção esparsa. Se a clareza é a cortesia do filósofo, segundo a lição de Ortega y Gasset, um texto bem escrito é a cortesia maior do homem de letras. Antônio Carlos Lima foi de uma cortesia modelar, pelo sopro lírico com que redigia os seus artigos.

As pessoas não morrem — encantam-se, como queria Guimarães Rosa. Razão assistia ao mestre de Sagarana. O bom Antônio Carlos Lima já está “encantado” no país da eternidade.

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