SÃO LUÍS - Um tenente da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) identificado como Jurambergson Gomes Soeiro Sobrinho Silva foi preso, nesse domingo (13), suspeito de agredir a ex-companheira, que também atua como policial, em São Luís. Na ocorrência, registrada na Delegacia da Mulher, em São Luís, a soldado Gislaine Fernanda Cavalcante Santos afirma que tinha um relacionamento de cinco anos com o tenente, conhecido como 'Berg', mas eles teriam se separado há poucos dias.
Nesse sábado (12), a policial teria ido para um chá de panela e o PM enviou a ela uma mensagem dizendo que queria ir na sua casa conversar. Ela respondeu que não queria vê-lo mas, por volta da meia-noite do mesmo dia, Gislaine diz que estava em uma barraquinha de lanche, na Avenida São Luís Rei de França, quando o PM a abordou.
Gislaine relatou que tentou fugir do policial, mas ele a perseguiu e desferiu um chute em seu rosto. A policial ficou machucada e conta que conseguiu entrar no carro e, em seguida, pedir por ajuda a um homem que estava passando na calçada para levá-la até o Hospital do Servidor.
Perseguição
O homem abordado pela policial entrou no veículo e, durante o caminho, Gislaine percebeu que estava sendo perseguida por Jurambergson. Ela pediu que o homem que estava a ajudando fugisse, contudo, o tenente parou o carro ao lado e começou a agredir fisicamente o homem, arremessou o celular dele no chão e depois disse a ele para se retirar.
A soldado afirmou que o PM colocou uma arma de fogo em cima do capô do veículo, e ela conseguiu pegar a arma e fugir em direção ao Hospital do Servidor, onde foi surpreendida, posteriormente, por Jurambergson. Segundo Gislaine, ele tentou convencê-la a não denunciar o caso.
Apesar disso, o tenente foi autuado em flagrante por agressão, por outros policiais que estavam no local. Após o caso, Gislaine registrou caso na Delegacia da Mulher e pediu uma Medida Protetiva.
Em depoimento à Delegacia da Mulher, Jurambergson deu outra versão sobre caso. Segundo ele, no local em que ele apareceu para falar com Gislaine, "um rapaz desconhecido apareceu e quis se intrometer". Após isso, o tenente disse que passou a discutir com o rapaz, quando Gislaine foi em direção à cintura dele para tomar sua arma de fogo.
Ele afirmou, ainda, que "pelo reflexo”, acabou em purrando a soldado “na altura do peito" e se afastou. Por causa disso, ela teria se desequilibrado, batido a cabeça na traseira de um carro, caído no chão e começado a sangrar. Ele também disse que tentou socorrê-la, mas Gislaine não deixou, e o rapaz com quem tinha discutido antes teria fugido.
Em seguida, o policial relatou que Gislaine entrou no carro dela e ele a seguiu. Em determinado momento, ela parou o veículo e um outro homem, desconhecido, teria se aproximado e também discutido com ele.
Jurambergson continua afirmando que o tal homem se identificou como sargento e quis intimidá-lo afirmando “tu é homem porque está armado?”. Em seguida, o tenente diz que entregou sua arma para Gislaine e foi atingido pelo homem com um murro nas costas, o que iniciou uma briga.
No documento, o tenente continua o depoimento relatando que desferiu um soco contra o homem e o celular caiu no chão. O homem então se afastou, Gislaine entrou no carro dela e foi embora. Por fim, ele diz que seguiu Gislaine e a encontrou no Hospital do Servidor. Lá, Jurambergson conta que ela teria pedido para ele a acompanhasse. No local, ele diz que conversou com policiais militares que estavam no hospital e foi conduzido para a Delegacia da Mulher.
Em nota, a Polícia Militar do Maranhão (PMMA) afirmou que o 1° Tenente da Polícia Militar permanece preso após ter sido autuado em flagrante. Leia a nota na íntegra:
A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) informa que o 1° Tenente da Polícia Militar permanece preso, após ter sido autuado em flagrante, depois de agredir uma policial militar nas proximidades de uma casa de eventos na Avenida São Luís Rei de França, no Turu, na madrugada do último domingo (13). Ambos estavam de folga no momento da ocorrência. Um processo administrativo será aberto para apurar a conduta do militar.
A PMMA reitera que não coaduna com condutas que desabonem o decoro, nem legitima ações que ferem os princípios profissionais e éticos que orientam as atividades da corporação.
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