Investigação

Polícia desmonta esquema de venda de vagas para o curso de medicina da Uema de Caxias

Segundo a Polícia Civil, as investigações comprovaram a venda de vagas para quatro alunas provenientes de uma Faculdade de medicina do Paraguai para a faculdade de medicina do campus da Uema, em Caxias.

Imirante.com, com informações da PC-MA

- Atualizada em 11/08/2023 às 17h42
As investigações revelaram, ainda, que cada aluna pagava uma quantia que variavam de R$10 a R$15 mil para que a vaga fosse garantida pelo ex-procurador.
As investigações revelaram, ainda, que cada aluna pagava uma quantia que variavam de R$10 a R$15 mil para que a vaga fosse garantida pelo ex-procurador. (Foto: Divulgação / Polícia Civil do Maranhão (PC-MA))

SÃO LUÍS - Nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (11), investigadores da Polícia Civil do Maranhão, saíram às ruas da capital maranhense e Região Metropolitana, com a missão de cumprir um mandado de busca e apreensão contra endereços ligados ao ex-procurador chefe da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), do período de 2018 e 2020, que é alvo de uma investigação que tramita na Superintendência de Prevenção e de Combate à Corrupção(SECCOR).  

Segundo a Polícia Civil, as investigações comprovaram a venda de vagas para quatro alunas provenientes de uma Faculdade de medicina do Paraguai para a faculdade de medicina do campus da Uema, em Caxias. As investigações revelaram, ainda, que cada aluna pagava uma quantia que variavam de R$10 a R$15 mil para que a vaga fosse garantida pelo ex-procurador.

De acordo com a delegada Katherine Chaves, chefe da SECCOR, em um dos casos, houve apenas a determinação da matrícula sem exigência de nenhuma documentação, a matrícula seria por ordem do ex-servidor da Uema. Quanto as demais casos, foram apresentadas decisões judiciais falsas concedendo as matrículas destas alunas no curso de medicina.

Ainda segundo a delegada, a investigação começou em desfavor de duas alunas, porém com o avanço dos trabalhos verificou-se que mais duas alunas também estavam em situação irregular. Diante disso, a polícia representou na justiça pela suspensão imediata das quatro alunas do curso de medicina, bem como pela busca e apreensão na residência do ex-procurador investigado.

Durante as buscas em um endereço na capital, o ex-procurador não foi encontrado no local. Segundo informações dos vizinhos, o mesmo mudou-se há poucos dias e não souberam informar aonde poderia ser encontrado.

Dando continuidade nas diligências, os policiais da SECCOR, conseguiram encontrar o ex-procurador no município de São José de Ribamar, Região Metropolitana de São Luís, local onde foi realizada a busca pessoal e aprendido o aparelho celular do mesmo.

O investigado se recusou a colaborar com a investigação e negou acesso à senha do aparelho, que deverá ser encaminhado ao serviço de inteligência para a extração dos dados telemáticos, conforme decisão judicial.  

A Uema, que sempre colaborou com a investigação, também foi comunicada na manhã desta sexta, formalmente, através da SECCOR, sobre a suspensão das alunas que estão proibidas de frequentar a instituição.

Em nota, a Universidade Estadual do Maranhão (Uema) afirmou que o servidor citado não integra os quadros da Universidade desde janeiro de 2020. Leia a nota na íntegra:

A Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) esclarece que desde que recebeu as denúncias de irregularidades no acesso de duas estudantes ao curso de Medicina da Instituição, adotou medidas para comprovar a regularidade de todas as matrículas que tinham como identificação a transferência “sub judice”.

Após o levantamento, a UEMA identificou e suspendeu preventivamente as matrículas de quatro discentes e determinou, à época, a abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar. Atualmente, o processo está em andamento, sem prejuízo da instauração de sindicância para apuração dos fatos no âmbito administrativo. Duas estudantes conseguiram liminares na Justiça que garantiam o retorno ao curso. No entanto, as decisões favoráveis foram cassadas pela Procuradoria Jurídica Universidade.

Em relação ao servidor citado, a Universidade esclarece que ele não integra os quadros da Universidade desde janeiro de 2020.

Por fim, a UEMA reitera que não admite em qualquer hipótese o acesso de forma irregular ao seu quadro discente, nem coaduna com práticas que apresentem condutas ilegais, de forma que segue colaborando com as investigações conduzidas pelas autoridades.

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