"Não ficamos"

Maranhense alvo de ataques racistas detalha encontro com Axl Rose, nega traição e diz que é vítima de fake news

Em entrevista concedida ao g1 Maranhão, Erica afirmou que o encontro com o vocalista aconteceu por acaso enquanto ela estava com seu marido em um bar.

Imirante.com, com informações do G1-MA

- Atualizada em 04/07/2023 às 15h39
A maranhense, natural do município de Caxias, é casada com um dinamarquês e nega que uma traição envolvendo o vocalista da banda Guns N’ Roses tenha acontecido. (Foto: Reprodução)
A maranhense, natural do município de Caxias, é casada com um dinamarquês e nega que uma traição envolvendo o vocalista da banda Guns N’ Roses tenha acontecido. (Foto: Reprodução)

MARANHÃO - A maranhense Erica Mindegaard, que foi alvo de ataques racistas e xenofóbicos, afirmou que está sendo vítima de fake news e detalhou como aconteceu o encontro entre ela e o cantor Axl Rose no dia 16 de junho, na Dinamarca.

Em entrevista concedida ao g1 Maranhão, Erica afirmou que o encontro aconteceu por acaso, já que ela e o cantor não se conheciam antes. Ela conta que o encontro aconteceu quando ela estava na companhia de seu marido, que acompanhou todo o momento, em um bar.

"Meu marido tinha me convidado pra tomar um drink e fomos em um bar que sempre frequentamos, super reservado, que é um anexo de um hotel cinco estrelas e não imaginávamos que o Axl estava lá. Chegamos umas 20h30, sentamos na nossa mesa e o bar já tinha bastante gente. De repente, subiu o Axl com a banda porque eles iriam tocar em um festival de rock que iria tocar aqui. As pessoas olharam, reconheceram ele, e meu esposo comentou comigo", disse a enfermeira e estudante de medicina, Erica Mindegaard.

Erica também relatou que em nenhum momento ela e o cantor 'ficaram' e negou que houve traição, conforme diziam alguns boatos que se espalharam nas redes sociais após o caso.

"Quando eu fui ao banheiro, um segurança me parou, e disse que o Axl Rose queria falar comigo. Eu fiquei tipo 'ahn?'. Ele fazia mesmo um sinal com a mão. Então eu fui. Quando eu cheguei, ele foi super carinhoso, respeitoso, e disse que amava o Brasil. Em um momento, ele perguntou sobre mim, se eu estava acompanhada... mas eu falei que era casada. Então ele segurou na minha mão, me deu um abraço e um beijo no rosto. O vídeo que tem é muito nítido, onde ele me abraça, me beija de um lado, eu beijo de outro. Houve um contato de rosto, nada na boca", afirma.

O vídeo mencionado por Erica foi gravado por uma pessoa, à distância, que registrou o encontro entre Erica e o cantor do Guns N' Roses. As imagens mostram os dois sorrindo e dando um abraço. Minutos depois da gravação, o vídeo passou a circular em alguns poucos grupos na Dinamarca e conhecidos dela questionaram uma suposta traição ao seu marido.

Posteriormente, um site de notícias brasileiro afirmou que Erica teria, de fato, traído o marido, e então a história cresceu e a enfermeira passou a ser atacada nas redes sociais. "Em nenhum momento eu disse que tinha afirmado que tinha traído meu marido. Eu não disse isso. Toda a história foi distorcida e gerou muito desgaste emocional pra minha família", disse Erica, que tem uma filha de dois anos e um filho de oito anos.

Erica passou a receber mensagens com conteúdos racistas e xenofóbicos. Erica conta ainda que até seus familiares, no Maranhão, foram alvo de ataque, assim como o marido.

Comentários enviados a Erica por meio de redes sociais. (Foto: reprodução)
Comentários enviados a Erica por meio de redes sociais. (Foto: reprodução)

Após o caso, Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA afirmou que vai levar ao Ministério Público e ao Ministério Público Federal os ataques cometidos contra Erica pelos crimes de racismo, xenofobia e difamação, ao afirmar que Erica teria traído o marido.

"É um pedido de investigação contra todas essas pessoas. Vamos em busca de todas as indenizações para reparar os danos morais e materiais sofridos por ela, acionando a Justiça tanto na esfera cível, quanto na criminal", contou Erik Moraes, presidente da comissão.

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