SÃO LUÍS - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), já atacou as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. Levantamento feito pelo Imirante mostra pelo menos cinco ocasiões em que o ex-governador do Maranhão apontou fragilidade das urnas; “sistema propício à fraudes” e até “comprovação científica” de insegurança das máquinas utilizadas para a votação.
Os ataques ocorreram entre os anos de 2009 - véspera da eleição para o Governo do Estado em que ele saiu derrotado -, e 2014, ano em que ele venceu a eleição para exercer o primeiro mandato no comando do Executivo Estadual.
Defensor da condenação imposta ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dino já foi tão mordaz quanto o seu adversário no que diz respeito a críticas ao sistema eleitoral.
Convencionou-se nos últimos anos em embates políticos, o entendimento de que críticas ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas representam, na verdade, “ataque à democracia”. Ponto crucial e determinante para a inelegibilidade de Bolsonaro no TSE.
Fraudes
Em julho de 2012, depois de ter perdido duas eleições consecutivas, Flávio Dino afirmou que o sistema eleitoral brasileiro propicia diversas fraudes.
Em 2008 ele havia perdido a eleição da Prefeitura de São Luís para o seu adversário João Castelo (PSDB). Em 2010 ele foi derrotado por Roseana Sarney (MDB), naquela ocasião, reeleita para o Governo do Estado. Roseana obteve 50,08% dos votos válidos contra Dino.
Todas as declarações expostas pelo ministro ainda estão publicadas em seu perfil pessoal no twitter.
“Esse sistema propicia diversas fraudes, sem auditoria. RT “@ConversaAfiada: Urna eletrônica: a quem interessa?”.
O texto compartilhado por Dino havia sido publicado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, e foi assinado por Osvaldo Maneschy, jornalista, membro do Diretório Nacional do PDT.
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"Comprovação científica"
Em agosto de 2013, Flávio Dino disse estar convicto de comprovação científica contra a eficácia e segurança das urnas eletrônicas.
“Hoje em Recife vi a comprovação científica de que as urnas eletrônicas são extremamente inseguras e suscetíveis a fraudes”, pontuou.
Em 2014 o ex-governador do Maranhão publicou reportagem do Valor Econômico, que apontava possível falha de urna eletrônica, segundo o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo. Leia aqui a reportagem.
A matéria destacava logo no primeiro parágrafo que “o sistema atual de votação eletrônica é falho e não pode garantir o sigilo do voto e a integridade dos resultados das eleições”.
Ao compartilhar o texto, Dino enfatizou: “Concordo totalmente”.
Alteração de resultado de eleição
Em outra publicação no twitter - esta de agosto de 2012, Flávio Dino voltou a falar sobre a possibilidade de violação das urnas eletrônicas.
“Em eleições com pequena margem, possiblidade de violação de uma única urna pode alterar o resultado final”.
Outro lado
O Imirante entrou em contato com o Ministério de Justiça e Segurança Pública para obter posicionamento do ministro Flávio Dino, e aguarda retorno. O espaço está aberto para a manifestação do gestor.
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