IMPERATRIZ - A rede de supermercados Mateus foi notificada pelo Procon de Imperatriz, órgão ligado à Procuradoria-Geral do Município (PGM), por constranger a dona de casa Weslane Sousa. Ela foi acusada, injustamente, de furto dentro do supermercado. O caso aconteceu na terça-feira (19) no município a 629 km de São Luís.
A dona de casa alega ter sido vítima de racismo por parte de um funcionário do supermercado. O estabelecimento notificou o supermercado, que tem o prazo de 10 dias para apresentar sua versão dos fatos, e principalmente vídeos e imagens do sistema de câmeras de segurança do local, que possam comprovar a prática do furto.
Caso não há nenhuma prova que justifique a conduta do supermercado, será caracterizado a má prestação de serviço e o local ficará sujeito à multa, suspensão da atividade ou até mesmo cassação do alvará de funcionamento. Além disso, ele também pode ser acionado judicialmente pela vítima buscando indenização por danos morais e constrangimento.
O gestor de fiscalização do Procon Municipal, Alessandro Lima, explicou que os estabelecimentos podem adotar medidas para coibir frutos e perdas nas suas dependências, desde que zelem pela dignidade da pessoa, sem exposição pública, vexatória ou constrangedora. O estabelecimento poderá, inclusive, responder por um processo administrativo estadual.
O Procon afirma que procurou a vítima para orientar ela a formalizar uma denúncia contra o supermercado. A dona de casa também terá assistência jurídica para o caso.
Sobre o caso
A dona de casa Weslane Sousa denuncia ter sido vítima de racismo, nessa terça-feira (19), dentro de uma unidade do supermercado Mateus em Imperatriz, cidade a 629 km de São Luís. Ela conta que foi acusada, injustamente, de ter escondido um iogurte em um carrinho de bebê.
O vídeo que mostra a situação foi gravado pela própria vítima. Weslane Sousa tinha ido passar o dia na casa da mãe e foi ao supermercado, localizado no bairro Vila Redenção, na companhia dela e das duas filhas, de seis meses e seis anos. Na saída do supermercado um funcionário, que não foi identificado, pediu a nota fiscal da compra para a dona de casa e checou a lista.
Weslane Sousa explicou que, em determinado momento, ele a acusou de ter escondido os iogurtes em uma parte do carrinho da bebê e pediu para que ela fosse para fora do supermercado para 'evitar constrangimentos'. Nas imagens, gravadas por Weslane, as compras dela aparecem reviradas na porta do estabelecimento, enquanto ela explica que não havia roubado nada.
Todo o constrangimento que a Weslane passou foi na frente da filha, de seis anos. A menina ficou bastante abalada com a situação, chorou muito e relatou para a mãe que estava sentindo dores no peito e medo. A vítima fez um Boletim de Ocorrência online já que, no momento do crime, o atendente da delegacia estava em horário de almoço.
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