SÃO LUÍS - A região do Coroadinho, na capital maranhense, é a oitava maior favela do Brasil, de acordo com dados da prévia Censo 2022, do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa leva em consideração o número de domicílios, que é de 18.331 no bairro ludovicense e 52.069 habitantes.
A primeira do ranking é Sol Nascente em Brasília (DF). A favela tem cerca de 13 mil domicílios a mais que o Coroadinho. Para o presidente do IBGE, Cimar Azeredo, ambas são consideradas favela, pois a ocupação da área se deu de forma precária.
O Coroadinho caiu quatro posições, já que, em 2010, ocupava o quarto lugar. Em 2010, segundo dados do IBGE, o Coroadinho tinha 14.278 domicílios e 53.945 moradores apurados no Censo Demográfico.
A prévia foi divulgada no dia 17 deste mês. Os dados definitivos do Censo 2022 devem ser divulgados até o fim de abril.
Veja a lista das 10 maiores favelas do Brasil, segundo a prévia do IBGE:
- Sol Nascente, Brasília: 32.081
- Rocinha, Rio de Janeiro: 30.955
- Rio das Pedras, Rio de Janeiro: 27.573
- Beiru, Tancredo Neves: Salvador: 20.210
- Heliópolis, São Paulo: 20.016
- Paraisópolis, São Paulo: 18.912
- Pernambués, Salvador: 18.662
- Coroadinhoa, São Luís: 18.331
- Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, Manaus: 17.721
- Comunidade São Lucas, Manaus: 17.666
Christiane Mendes é líder social. Ela nasceu e foi criada no Coroadinho e está à frente, desde de 2015, de um projeto em prol de educação, empreendedorismo e assistência social.
“Hoje a gente tá na vanguarda de algumas atividades dentro da nossa comunidade ligada à educação. A gente desenvolve o projeto, que é o nosso reforço escolar. A gente tinha uma creche, a gente teve que fechar essa creche por falta de apoio. Então, tem esse sonho desde muito tempo. A criança de periferia precisa ser emancipada educacionalmente, tem logo que aprender a ler e escrever, a gente parte dessa compreensão, do mundo que ela vive, que é um universo muito grande, muito difícil, mas, ao mesmo tempo, tem suas peculiaridades, suas belezas”, comentou Christiane.
Formada em Administração, a líder comunitária também trabalha com capacitação de novos empreendedores, despertando os talentos de moradores do bairro com potencial para liderar.
“Eu sempre acreditei no potencial das pessoas que moram aqui. A gente só precisa ser respeitado porque a gente não é violento. A gente é violentado todos os dias. Eu sofri muito preconceito pra conseguir emprego por conta de morar nesse território”, pontuou.
Violência
Assim como tantos bairros e favelas, o Coroadinho enfrenta desafios e um deles está ligado à violência urbana. Os números de mortes violentas vêm caindo ao longo dos últimos anos. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA) foram registrados 10 casos de homicídios dolosos em 2019, quatro casos em 2020, seis em 2021 e dois casos em 2022. Quanto ao roubo seguido de morte, ou latrocínio, houve um registro em 2020 e nenhum caso nos anos 2019, 2021 e 2022. Não foram fornecidos dados dos primeiros meses de 2023.
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