Análise

Rodrigo Lago concordou com mudança no regimento para garantir 1ª vice na AL

Deputado do PCdoB bateu o pé na terça-feira, 21, contra a aprovação de mudança no regimento interno da Casa que o atinge diretamente; mas ele já sabia que ocorreria porque acordou para findar a disputa pelo espaço com Ana do Gás ainda em janeiro.

Carla Lima/Ipolítica

Rodrigo Lago decidiu não manter acordo feito que o garantiu a 1ª vice-presidência da Assembleia Legislativa
Rodrigo Lago decidiu não manter acordo feito que o garantiu a 1ª vice-presidência da Assembleia Legislativa (Agência Assembleia)

SÃO LUÍS - Os sinais de desgastes na relação do grupo do governador Carlos Brandão (PSB) com os vistos como os mais alinhados do ministro da Justiça, Flávio Dino (PCdoB), ficam a cada mais evidentes. O último episódio ocorreu na Assembleia Legislativa com embate entre Rodrigo Lago (PCdoB) e outros deputados estaduais.

Lago é vice-presidente da Casa e sabia que o regimento interno seria mudado. Mudança esta que o atinge diretamente. Se a deputada Iracema Vale (PSB) vier a falecer ou deixar o cargo por qualquer outro motivo, não será mais o primeiro vice-presidente a assumir como ocorreu com Othelino Neto (PCdoB) quando assumiu a presidência da Assembleia, em 2018, com a morte de Humberto Coutinho.

Pela nova regra, o cargo fica vago e é preciso nova eleição.

Para além da discussão jurídica que dominou o debate, há muito da política neste embate. O deputado Rodrigo Lago já sabia da mudança já que ela fez parte das negociações que findaram a disputa que ele travava com a colega de partido, Ana do Gás, pel vaga de 1º vice-presidente da mesa.

O comunista aceitou os termou na época, no entanto, às vésperas desta votação, rodrigo Lago decidiu bater o pé e tentar mostrar que havia inconscistências jurídicas para a mudança. Antes de toda a confusão chegar ao plenário, os deputados dinistas tentaram convencer Rodrigo de que o acordo precisava ser cumprido.

As conversas foram até às 21h da segunda-feira, 20, para tentar convencer o comunista. De nada adiantou e o que os aliados não queriam aconteceu: holofotes para uma crise que se assemelha a uma “guerra fria” entre Brandão e Dino.

O fato é que os ânimos estão exaltados, a paciência de muitos está no limite e talvez esta guerra fria avance para um confronto direto antes mesmo das eleições de 2024. 

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