SÃO LUÍS - Ocorrências com raio laser contra aeronaves têm sido uma crescente em todo o país. Somente no ano passado foram 473 eventos do tipo reportados, conforme levantamento realizado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), 10 deles só no Aeroporto Internacional de São Luís (SLZ).
Ainda de acordo com o Cenipa, 61% dos eventos aconteceram na fase crítica do voo, ou seja, em sua aproximação final para pouso. Em 20% dos casos registrados, pilotos e copilotos apontaram distração, ofuscamento e cegueira momentânea, o que poderia ter ocasionado a perda de controle da aeronave e, consequentemente, acidentes com sérios riscos à vida dos passageiros e tripulação.
Coordenador do Aeroporto Internacional de São Luís, Marcelo Angelim explica que o uso de ponteiras de raio laser contra aeronaves é uma prática criminosa, sujeita a responsabilização legal quando identificado o autor. “Além de uma ação irresponsável, emitir raio laser contra aeronaves é um crime que pode resultar em reclusão de dois a cinco anos”, destaca. “É uma prática que pode custar a vida de dezenas de pessoas”.
A administração do Aeroporto de São Luís reforça que, conforme o Código Penal, Art. 261, expor a perigo aeronave ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação aérea é crime. “Para evitar esse tipo de ocorrência e afastar qualquer risco de acidente envolvendo laser, precisamos que todos estejam mobilizados nessa causa”, pontua Angelim.
Registros em 2023
Neste ano, já foi registrada a primeira ocorrência no Aeroporto Internacional de São Luís envolvendo raio laser. Na madrugada de 25 de janeiro, o controlador de tráfego aéreo foi informado pela tripulação de um voo comercial de que o voo teria sido alvo, no momento da aproximação final para pouso, de uma emissão de raio laser da cor vermelha. A ocorrência resultou em ofuscamento momentâneo e a descida aconteceu sem outras intercorrências.
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