Segurança alimentar

Lula explica fome no Brasil: "Alguém comendo mais do que deveria"

Presidente disse que governo comprará alimentos para distribuição.

Ipolítica, com Estadão

Atualizada em 28/02/2023 às 15h30
Lula discursou na reinstalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)
Lula discursou na reinstalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) (Reprodução/YouTube)

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu nesta terça-feira (28) uma polêmica declaração a respeito da fome no Brasil. Durante assinatura de decretos da reinstalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN), ele afirmou que o governo comprará alimento para distribuir onde precisa e que organizará uma reunião dos pequenos e médios produtores para facilitar a produção de mais alimentos.

E arrematou culpando quem “está comendo demais” pelo fato de que existem pessoas passando fome no país.

“Se nós produzimos alimento demais no planeta Terra e, se neste país, a gente produz alimento demais, e tem gente com fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria comer para que o outro pudesse comer um pouco. Significa que nós estamos desperdiçando alimento entre produção e consumo”, disse, em discurso em evento no Palácio do Planalto.

A cerimônia ocorreu após reunião entre o presidente com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costa, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, do Planejamento, Simone Tebet, e da Justiça, Flávio Dino, estavam presentes no evento.

Na cerimônia, foram reempossados os conselheiros e a presidente do Consea, Elisabetta Recine, que compunham o conselho quando ele foi desativado, em janeiro de 2019, sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O decreto de posse foi assinado pelo presidente na segunda-feira, 27.

Diante do cenário de desperdício de alimentos no País, conforme pontuou Lula, o chefe do Executivo citou que as pessoas não têm dinheiro para comprar o que comer. Dentre as promessas que fez no discurso, ele disse que pediu ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para convocar uma reunião dos pequenos e médios produtores para facilitar a produção de mais alimentos e discutir o programa Mais Alimentos.

“A gente vai garantir que, se as pessoas produzirem, não vão perder, porque se produzirem em excesso, o governo vai comprar esse alimento para que a gente distribua onde precisa ser distribuído”, declarou. Lula também disse que irá voltar com a política de preço mínimo para garantir que os agricultores não tenham prejuízo se houver uma “super safra”. “Vamos tentar fazer uma grande discussão, não é só com a agricultura familiar não.”

Lula afirmou que também irá aumentar a produção de alimentos saudáveis, uma vez que outro problema do País, além da fome, é a obesidade. “As pessoas comem muita bobagem, muita comida industrializada e pensam que são saudáveis e não são”, disse.

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