Análise

Sem ação conjunta de prefeituras e governo, ilha de São Luís vive sempre os mesmo problema nas chuvas

Gestores e ex-gestores sempre justificam alagamentos e deslizamentos com o argumento das "fortes chuvas"; MP cobra ações das prefeituras, mas solução nunca é apresentada.

Carla Lima/Ipolítica

Mercado Central é "referência" em alagamentos a cada período chuvoso
Mercado Central é "referência" em alagamentos a cada período chuvoso (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Fim de ano para início do ano seguinte é sempre marcado pelas intensas chuvas em quase todo o Maranhão. Não muda nunca. Talvez somente a intensidade. Um mês com mais chuva outro com menos, mas sempre com chuva. Mas este fato parece, todo ano, ser novidade para o poder público, principalmente, na ilha de São Luís.

Todos os anos é sempre o mesmo argumento para justificar alagamentos e também o “aompanhamento nas áreas de risco”. A culpa é das “fortes chuvas” que caem. 

O poder público (aí se inclui as prefeituras dos quatro municípios da ilha, o governo estadual e até o Ministério Público) parece ser sempre pego de supresa pelas chuvas. Não há um planejamento de fato para que estas “fortes chuvas” não deixem área como a estrada da Maioba alagadas e esburacadas, o Mercado Central, no Centro de São Luís, com carros boiando ou então a necessidade de garantir aluguel social (muitas vezes por força da Justiça) a moradores de locais como Coheb do Sacavém.

Não há ações de drenagem de fato que possa melhorar a situação na Lagoa da Jansen e nem no São Francisco, por exemplo. Em bairros como Cohatrac ou Cidade Olímpica que moradores, de forma jocosa, fazem vídeos mostrando “uma diversão” em meio ao alagamento que ocorre em diversas ruas.

O fato é que não há uma ação conjunta das prefeituras e do governo para resolver o problema de drenagem em vários pontos da ilha. A tão falada metropolização não passa de discursos em meio a campanhas eleitorais.

O Ministério Público Estadual (MP) disse que o órgão entrou com uma série de ações contra a Prefeitura de São Luís em 2008 para obrigar a então gestão da época a apresentar um planejamento que foque nas áreas de risco. O órgão tenta obrigar a prefeitura a presentar um mapeamento das áreas de risco e execute obras que sanem problemas sazonais como deslizamentos e alagamentos.

Pelo visto, o MP nunca conseguiu avançar em nada quando se trata de problemas decorrente das chuvas.

E, para além do poder público, é preciso também que a população contribua com a limpeza da cidade. Muitas valas e galerias acabam transbordando devido a lixos acumulados. Se o cidadão tiver consciência, ajudará a evitar acúmulos como os exemplos citados.

O fato é que é preciso foco e união entre os poderes executivos dos municípios e do estado para sanar os problemas de alagamentos e deslizamentos na Ilha de São Luís. O que não mais como ser aceito é a desculpa de sempre: “este ano choveu mais que o esperado” até porque todos os anos chove! 

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