'Situação constrangedora', disse ele

Engenheiro diz ter sido vítima de homofobia em bar na Avenida Litorânea

Breno Teixeira, de 25 anos, contou que foi expulso do bar com um amigo após o dono alegar estar 'incomodado com a presença' de ambos.

Imirante.com, com informações do g1 MA

Atualizada em 27/02/2023 às 08h25
Incidente aconteceu nesta sexta-feira (24), na Avenida Litorânea.
Incidente aconteceu nesta sexta-feira (24), na Avenida Litorânea. (Foto: Arquivo pessoal)

SÃO LUÍS - Nesta sexta-feira (24) o engenheiro de produção, Breno Teixeira, de 25 anos, disse ter sido vítima de homofobia em um bar na Avenida Litorânea, em São Luís. 

O caso viralizou nas redes sociais. O engenheiro de produção contou que estava conversando um amigo no bar 'O Pioneiro', quando foi abordado pela garçonete do estabelecimento que pediu que eles se retirassem do local, pois o dono estava 'incomodado com a presença', de ambos.

"Eu estava com no bar, sentado com um amigo, batendo um papo sério. Eu cheguei a pedir uma água, paguei e o meu amigo, estava bastante próximo de mim, mas não tinha 'pegação' ou nada chocante. Foi aí que a garçonete veio e pediu que a gente saísse, pois o dono estava 'incomodado' com a presença da gente", disse Breno Teixeira.

Segundo o engenheiro, a funcionária do bar foi questionada por ele para saber o motivo da expulsão. A moça apenas justificou a ação pelo fato de que ambos estarem 'muito próximos' um do outro na mesa. O homem ainda não foi identificado.

"Meu amigo estava desabafando comigo e houveram momentos em que ele colocava a cabeça no meu ombro e chorava. Quando eu perguntei para a garçonete o motivo de tudo aquilo, ela apenas disse: 'Não, vocês estão aí, muito próximos e muito juntos, ele [dono do bar] pediu que vocês saíssem", contou Breno Teixeira.

Após ter sido expulso, o engenheiro de produção disse que não chegou a questionar o dono do estabelecimento sobre o ocorrido e que, somente após ter saído do bar, é que ele percebeu que havia sido vítima de homofobia.

"Minha reação foi apenas de levantar e sair. Somente depois que eu saí, que percebi o que havia acontecido. Foi uma situação muito constrangedora, tanto para mim quanto para o meu amigo. Nós saímos de lá muito tristes, já que nunca havíamos passado por nada assim na vida e estamos passando agora. É revoltante", desabafa Breno Teixeira. 

Breno Teixeira disse que vai registrar ainda nesta sexta-feira (24), um Boletim de Ocorrência (B.O) pelo crime de homofobia. O engenheiro contou que, o advogado Thiago Viana, pespecializado em Direito LGBTI, soube do incidente e ofereceu assistência jurídica no caso.

O Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon-MA) fiscalizou e autuou o bar, na sexta, após a denúncia de constrangimento ao consumidor por sua orientação sexual.

Procurado pelo g1, o Bar Pioneiro ainda não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.

Homofobia é crime

A criminalização da homofobia e da transfobia foi permitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão de junho de 2019. A criminalização prevê que:

  • "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • e a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.

 


 

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