Mobilização

Professores decidem por greve geral no Maranhão após o período de Carnaval

Categoria cobra reajuste salarial da ordem de 14,95%.

Gilberto Léda/ipolítica

Atualizada em 17/02/2023 às 17h47
Assembleia final dos professores, realizada em São Luís
Assembleia final dos professores, realizada em São Luís (Divulgação/Sinproesemma)

SÃO LUÍS - Após uma semana de assembleias regionais, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão (Sinpresemma), decidiu na quinta-feira (16), após reunião em São Luís, pela deflagração de greve geral dos professores da rede estadual de ensino por tempo indeterminado.

O movimento está marcado para começar depois do Carnaval, a partir de 27 de fevereiro.

“Finalizamos a consulta à nossa categoria que deliberou pela greve geral por tempo indeterminado a partir do dia 27 de fevereiro. A categoria decidiu e vamos em busca do que é nosso, da nossa valorização. Agora vamos encaminhar o resultado das nossas assembleias para o Governo do Estado e dar seguimento aos trâmites dos prazos legais. Vamos continuar mobilizados, a nossa categoria entendeu o momento de ataques aos nossos direitos e da necessidade da unidade de todos. Vamos lutar para vencer essa batalha contra aqueles que retiram o que é nosso por direito”, ressaltou Raimundo Oliveira, presidente do Sinproesemma.

As assembleias regionais pelo Maranhão tiveram início na segunda-feira (13), com a direção do Sinproesemma percorrendo em equipes os municípios de Timon, Caxias, Imperatriz, Açailândia, Viana e Pinheiro. Na terça-feira (14), foi a vez das regionais de Codó, Chapadinha, Bacabal, Zé Doca, Santa Inês, Pedreiras e Balsas realizarem a consulta às bases. Na quarta-feira (15), a direção do Sinproesemma foi recebida pelas regionais de Itapecuru-Mirim, Rosário, Barra do Corda, Presidente Dutra e São João dos Patos.

Os professores querem pressionar o Governo do Maranhão a pagar reajuste de 14,95%, como dado pelo Ministério da Educação (MEC), ao piso da categoria. Mas a proposta do Estado é de pouco mais de 8%, sob a legação de que os profissionais da área já recebem acima do piso no estado.

Críticas - Há uma semana, o deputado estadual Wellington do Curso (PSC) fez duras críticas à direção sindical da categoria. Segundo o parlamentar, o movimento soa incoerente porque, recentemente, ainda no governo Jair Bolsonaro (PL), foi concedido um reajuste do piso da ordem de 33,24%, mas o sindicato não teria se mobilizado da mesma forma. O governador, na ocasião, era o hoje senador e ministro da Justiça Flávio Dino (PSB).

“Existe o piso nacional que reajusta para 2023 em 14,95% o salário dos professores do estado do Maranhão, e já apresentamos o requerimento ao excelentíssimo governador Carlos Brandão solicitando que ele possa conceder o reajuste 14,95% aos professores do Estado do Maranhão. Mas causou-me estranheza as lideranças do sindicato do Sinproesemma que, de forma pelega, omissa, na gestão do ex-governador Flávio Dino, agora faz manifestação sem ter nenhum diálogo ainda com o governador Brandão. Eu peço que o sindicato tenha, no mínimo, decência, complacência e possa cobrar o reajuste anterior e admitir por que é que não cobrou do ex-governador Flávio digo. Professor e deputado Wellington cobrou do ex-governador Flávio Dino e já começa a solicitar ao governador Brandão o reajuste de 14,95% aos professores do estado do Maranhão”, destacou.

Em entrevista ao Imirante, o parlamentar disse haver percebido “uma mudança de postura que nos causou estranheza” por parte do Sinproesemma.

“Agora, esse reajuste é bem inferior [ao concedido na gestão Bolsonaro] e já começa a fazer manifestação, já começa a fazer movimento, inclusive falando de paralisação, de greve, e isso me causou estranheza. Por que não fizeram isso em oito anos do governador Flávio Dino e, agora, com menos de 60 dias do atual governador, Carlos Brandão, estão fazendo? Quem está por trás disso? Quem está orquestrando isso?”, completou. Para ele, tem faltado diálogo.

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