(Divulgação)

COLUNA

Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

Xingar é o melhor remédio

Falar palavrões ajuda a amenizar a dor física; a matéria-prima é barata e está, literalmente, na boca do povo.

José Ewerton Neto

Atualizada em 02/05/2023 às 23h39
 
 

José Ewerton Neto  

Estudo desenvolvido há alguns anos pela Escola de Psicologia da Universidade de Keele, na Inglaterra, publicado pela revista especializada NeuroReport afirma que falar palavrões ajuda a amenizar a dor física.

Essa alvissareira notícia está sendo divulgada para ser desenvolvida pelos governos do mundo inteiro, contando com o estímulo da OMS. Isso porque a matéria-prima é barata e está, literalmente, na boca do povo. Fico imaginando, um indivíduo, morto de dor, chegando ao SUS, diante de um médico de plantão, já perfeitamente inteirado dessa descoberta científica e adepto desse recurso para aliviar os males. Diante desse cliente aos berros, o médico dirige-se para a enfermeira.

- Se faltam remédios, enfermeira, mande ele xingar. 

- Xingar quem, doutor? 

- Ora, mande-o xingar qualquer coisa: Deus, o mundo, Bolsonaro, Alexandre de Moraes, o VAR, pode xingar até a gente, se preferir. 

À vista dessa alternativa, o doente, claro, não se faz de rogado. 

- Médico filho da puta!, Enfermeira piranha!, Hospital de merda!

- Doutor, ele não para de xingar.  Os outros estão escutando. 

- Sem problemas, deixe-o à vontade. Quanto mais alto ele xingar melhor. 

O doente, enfim, silencia, extenuado. O doutor, com expressão vitoriosa, indaga para a enfermeira.

- E agora, enfermeira, como está o nosso doente?

- Ele diz que aliviou a dor.  

- Eu não disse? Chame o próximo. 

 

2. A partir de agora mais médicos (nada a ver com o programa de Lula com os cubanos) se especializarão nessa matéria, tendendo a surgir, especialmente no Brasil, os mais talentosos, ou seja, aqueles capazes de receitar o palavrão mais apropriado para cada sintoma. Ao invés de Novalgina: Sacana sem-Vergonha!; ao invés de Buscopan: Cadela Vagabunda!; ao invés de Atroveran: Corno safado!

Uma das dificuldades anunciadas, porém, é que muitos desses xingamentos (agora remédios) são tão antigos que terão em breve seu prazo de validade vencido. Ou seja, em breve perderão a eficácia. Hoje já se pensa em utilizar a Inteligência Artificial para criar novos palavrões baseado nos antigos. Sabe-se que um teste foi executado pelos cientistas introduzindo no ChatGPT   insultos tradicionais como Porra, Bosta, FDP, etc.  

Ou porque o IA não tivesse entendido bem o espírito da coisa ou porque se embaralhou mesmo, a resposta foi Foda-se, como se F... ainda fosse palavrão e não o título de um livro que vende pra burro:  A arte de ligar o F...

As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.