SÃO LUÍS – Um estudo mostra que o Maranhão foi o segundo Estado do país que mais registrou internação de crianças denutridas menores de um ano, em 2022. Foi verificado um total de 280 casos em todo o Estado, sendo 29 internações de bebês com desnutrição somente em São Luís.

No ranking, o Maranhão fica atrás apenas da Bahia. Entre as capitais do Brasil, São Luís aparece na quinta posição. No Nordeste, é a segunda capital com mais casos de internação de bebês com quadro de desnutrição, abaixo apenas de Salvador (BA).

As informações são de estudo do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), realizado com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde, extraídos em 29 de dezembro de 2022. Iniciativa conjunta entre a Fiocruz e o Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), o Observa Infância investiga, monitora e divulga dados e informações sobre a saúde de crianças de até cinco anos no país.

Em 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 2.754 internações de bebês menores de um ano por desnutrição, sequelas da desnutrição e deficiências nutricionais - o equivalente a sete por dia em todo o país. Dentre estados e capitais, Bahia e Salvador concentraram o maior número de hospitalizações: respectivamente 480 e 159.

O coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini, destaca a desigualdade entre as regiões e as cidades brasileiras. “Enquanto o Nordeste registrou 1.175 hospitalizações em 2022, o Norte realizou 328 internações pelas mesmas causas no ano passado. Olhando para as capitais, temos Salvador com 159 hospitalizações e Cuiabá com apenas uma”, aponta.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse que investe na Atenção Primária à Saúde e que os municípios podem utilizar neste contexto os recursos do FAN (Financiamento das Ações de Alimentação e Nutrição), que vem do governo federal. Leia a íntegra:

"A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que investe na permanente qualificação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde, por meio dos programas de micronutrientes e de capacitações em vigilância alimentar e nutricional, que são voltadas para o público infantil principalmente os menores de 5 anos. As ações visam o cuidado nutricional nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), de gestão municipal, e dentro dos territórios das 217 cidades maranhenses.

Por sua vez, as prefeituras devem garantir a estruturação das UBS com equipamentos adequados para o acompanhamento do peso e altura das crianças, tais como estadiômetro e infantômetro, para aferição da estatura, e balanças adulto e pediátrica. Desse modo, os profissionais de saúde terão condições apropriadas para a garantia da vigilância alimentar e nutricional. Além disso, os gestores municipais podem utilizar recursos do FAN (Financiamento das Ações de Alimentação e Nutrição). O custeio federal é destinado aos municípios com população a partir de 30 mil habitantes e deve ser utilizado para a estruturação das ações de alimentação e nutrição".

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