SÃO LUÍS - Começa nesta terça-feira (24), a Semana Estadual da Visibilidade Trans. A programação será realizada até o domingo (29), quando é comemorado o Dia Nacional de Visibilidade Trans.
O evento tem como objetivo promover o debate e a reflexão sobre o acesso de pessoas trans à educação e a outros direitos básicos, além de discutir e propor ações de combate à evasão escolar.
De acordo com dados utilizados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), estima-se que no Brasil 82% das pessoas trans e travestis tenham abandonado os estudos ainda na Educação Básica. Para especialistas, mais do que o abandono voluntário, o que acontece na prática é o uso reiterado da violência de gênero que obriga pessoas trans a abandonarem os estudos como estratégia de proteção e sobrevivência.
Durante o primeiro dia do evento será realizada a palestra magna e intervenções artísticas e culturais. Na quarta (25) e quinta-feira (26), será realizado o Mutirão de Retificação de Registro Civil, das 8h às 17h, na praça em frente à Casa do Maranhão, para alteração de nome e gênero na documentação. A ação será realizada na unidade móvel da Defensoria Pública do Estado do Maranhão. Também na quarta-feira (25), às 14h30, será realizado o Dia T, com agenda de promoção de políticas públicas para travestis e transexuais, no auditório do Cresol, com a participação de representantes da gestão pública estadual.
Na sexta-feira (27), a discussão será sobre o Mercado de Trabalho e Pessoas Trans. O evento será realizado no Cresol, às 9h. Já no domingo (29), encerrando a programação da Semana Estadual de Visibilidade Trans, será realizada uma intervenção cultural na Feirinha São Luís, a partir das 9h, com shows e performances de artistas trans. Toda a programação é gratuita e aberta ao público.
A secretária de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Costa, destacou que a violência de gênero se manifesta de diversas maneiras como na negação de oportunidades, exposição a situações constrangedoras e distanciamento familiar.
“No ambiente escolar, quando essa violência ocorre, ela acaba tirando das pessoas trans, por exemplo, a oportunidade de um emprego formal, o acesso à universidade, a conquista de uma profissão que faça com que essas pessoas não sejam sujeitadas a formas precárias de sobrevivência. Por meio do debate, da garantia de direitos e da construção de políticas públicas podemos, enquanto sociedade, combater a evasão escolar das pessoas trans e a promoção da vida plena e digna”, afirmou a secretária Amanda Costa.
Para ampliar a discussão e construir de forma colaborativa propostas de enfrentamento à essa realidade, será lançada a campanha “TRANSformar o mundo pela Educação” na abertura do evento, nesta terça-feira (24), no Auditório do Edifício João Goulart, no Centro.
O evento é uma iniciativa da Associação Maranhense de Travestis e Transexuais (Amatra), com o apoio das Secretarias de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Educação (Seduc), Saúde (SES); e da Secretaria Municipal de Educação de São Luís (Semed).
O evento também contará com a participação de representantes do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) por meio do Comitê da Diversidade, Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans) e do Fórum Estadual LGTI+.
Veja a programação:
Saiba Mais
- Brasil registrou 155 assassinatos de pessoas trans no ano passado
- Cartórios registram 13 mil trocas de nomes de pessoas trans em 5 anos
- Mutirão para alterar nome de pessoas trans ocorre nesta terça-feira (9), em São Luís
- Falta de informação leva transexuais à automedicação, diz médica
- Pesquisa descreve barreiras para acesso de pessoas trans ao emprego
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