Levantamento

Dez municípios do Maranhão apresentam situação de extrema pobreza, diz IBGE

Em cada uma das localidades, mais da metade da população é assistida por políticas públicas de auxílio econômico.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 14/01/2023 às 07h50
O Produto Interno Bruto (PIB), em cada uma dessas cidades, corresponde à categorização de extrema pobreza definida pelo IBGE.
O Produto Interno Bruto (PIB), em cada uma dessas cidades, corresponde à categorização de extrema pobreza definida pelo IBGE. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

SÃO LUÍS - Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o Maranhão possui 10 municípios no ranking de cidades do país em situação de extrema pobreza. Em cada uma das localidades, mais da metade da população é assistida por políticas públicas de auxílio econômico.

Leia também: Maranhão é o Estado com o maior número de pessoas extremamente pobres do país, aponta IBGE

Matões do Norte, Santo Amaro do Maranhão, Central do Maranhão, Primeira Cruz, Itaipava do Grajaú, Cajapió, Nina Rodrigues, Peri Mirim, Satubinha e Cajari são os municípios maranhenses em situação de extrema pobreza apontados pelo levantamento. O Produto Interno Bruto (PIB), em cada uma dessas cidades, corresponde à categorização de extrema pobreza definida pelo IBGE.

Como reflexo dos números do PIB, a oferta de bens e serviços produzidos em cada uma das localidades é inferior às condições necessárias para a garantia de bem-estar socioeconômico da população. Problemas como a precariedade do saneamento básico, a falta de infraestrutura urbana adequada e a baixa oferta de empregos contribuem para um cenário de dificuldades.

Em Imperatriz, a segunda maior cidade do Estado, a 632 km de São Luís, o casal de idosos, José e Maria de Jesus, se queixam de problemas de moradia e alimentação. Eles recebem um benefício, concedido pelo governo, que possibilita que os dois realizem refeições básicas e paguem as contas de luz e água, já as outras despesas do mês são viabilizadas a partir de doações.

O idoso conta que a renda reduzida e as dificuldades para arranjar emprego comprometem a possibilidade do casal viver em melhores condições.

“Não posso trabalhar. Cuido dela, que é doente [com mobilidade reduzida, em decorrência de um AVC], há seis anos. E o que tem é desse jeito aqui que a gente vive. Não tenho dinheiro para fazer a minha barraquinha, não tem. Então, do jeito que Deus permitir, nós leva a vida”, disse.

Ainda segundo o levantamento do IBGE, as regiões Norte e Nordeste a do país presentam o maior avanço da pobreza, desde 2021. Só a região Nordeste concentra mais da metade das pessoas em extrema pobreza, no Brasil.

A elaboração e aplicação de políticas públicas, além de políticas socioeducacionais, propiciam melhoras a médio e longo prazo nos indicadores de desenvolvimento humano de localidades com níveis significativos de pobreza.

Em entrevista à TV Mirante, o sociólogo Marcos Madje, reforçou a importância de medidas governamentais na área da educação. Segundo o especialista, esse é um dos recursos mais eficazes para proporcionar alterações no cenário de dificuldades costumeiramente alegadas por moradores de municípios em extrema pobreza.

“A maioria dessas pessoas, senão todas essas pessoas que estão em estado de extrema pobreza, elas são semianalfabetas ou analfabetas. Então, elas precisam de uma educação de qualidade. Essa educação de qualidade faz com que elas se percebam, enquanto indivíduos, pertencentes à sociedade. A partir desse momento que essas pessoas se percebem enquanto indivíduos, elas vão começar a trilhar esse caminho de emancipação”, finalizou.

Pobreza

São consideradas extremamente pobres, segundo os critérios do Banco Mundial, as famílias que dispõem de menos de US$ 1,90 por dia para viver, valor que correspondia, em 2021, a uma renda per capita mensal de R$ 168.

Já as famílias classificadas como pobres são aquelas que têm menos de US$ 5,50 por dia para garantir a sobrevivência de todos que vivem no mesmo domicílio, o que equivalia a uma renda mensal per capita de R$ 486.


 


 



 

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