Crise no PSB

Processado por secretário de Brandão, Yglésio diz que imunidade parlamentar está “parecendo uma casa de rapariga”

Parlamentar foi acionado judicialmente por Ricardo Capelli.

Gilberto Léda/ipolítica

Yglésio defendeu imunidade parlamentar
Yglésio defendeu imunidade parlamentar (Divulgação)

SÃO LUÍS - O deputado estadual Yglésio Moyses (PSB) fez nesta quinta-feira (17) duras críticas ao secretário de Estado da Comunicação, Ricardo Cappelli (PSB), após ser procurado na Assembleia Legislativa por um oficial de Justiça que o pretendia intimar de um processo por dano moral movido pelo auxiliar do governador Carlos Brandão (PSB).

Cappelli, que faz parte também da direção nacional do PSB, tem travado embates públicos com o parlamentar desde que este decidiu declarar voto em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial. O PSB estava na chapa do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – tendo indicado o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como candidato a vice-presidente.

Segundo Yglésio, o processo foi movido depois da divulgação de um vídeo em que ele, em sua residência, fez críticas – o que ele denominou de “elogios” – ao secretário, num momento de confraternização em sua residência.

“Parece que estou sendo procurado por um oficial de Justiça para receber uma intimação de um processo do Ricardo Gracia Cappelli. Veja você: deputado não está valendo mais nada nessa Casa. Secretário de Comunicação do governo, que perseguiu deputados – perseguiu deputada Mical [Damasceno], perseguiu deputada Daniella, me perseguiu -, divulgou fake news no momento da eleição, tentando enfraquecer a nossa participação no processo eleitoral, ficou zangado porque eu, num momento de extravasamento emocional, teci-lhe alguns elogios num momento de festa lá dentro da minha casa. Ele não gostou da qualidade dos elogios, achou que aquilo ali feriu, maculou a imagem dele. Logo ele que é um especialista em disseminação de fake News. Deus, o mundo e o Raimundo sabem disso”, disparou.

Após receber a solidariedade de deputados como Hélio Soares (PL) e Mical Damasceno (PSD), Yglésio alegou ter imunidade parlamentar para criticar o auxiliar governamental, e reclamou do fato de que o instituto tem sido menosprezado no Brasil.

“O instituto da imunidade está parecendo uma casa de rapariga agora, que todo mundo, toda hora, quer dizer onde o deputado pode, ou não falar, o que ele pode, ou não falar. Porque isso aqui não é nada que se arvore para que nós possamos falar o que queremos ofendendo pessoas, não. Isso aqui é defesa das pessoas que são perseguidas dentro do processo político, das pessoas que querem ter opinião e todo tempo são cerceadas. Então, é regimental porque a imunidade é regimental, é constitucional estadual, ela é constitucional federal, ela é lei orgânica de todo município. Parlamentar tem imunidade, só que, aí, os amorais buscam, agora, dano moral. É um negócio que ficou coisa de louco”, completou.

Após o discurso, Yglésio deixou a Assembleia Legislativa sem receber a intimação.
 

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