(Divulgação)
COLUNA
Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

As razões de Lúcifer, vulgo Satanás

“A maior arrogância do homem não é considerar-se à  imagem e semelhança de Deus, mas imaginar que o diabo  pode ser pior do que ele.” Do livro O Infinito em minhas mãos.

José Ewerton Neto

Atualizada em 02/05/2023 às 23h39
 
 

A maior arrogância do homem não é considerar-se à  imagem e semelhança de Deus, mas imaginar que o diabo  pode ser pior do que ele.” Do livro O Infinito em minhas mãos. 

Nesses tempos pra lá de diabólicos virou moda para gente importante xingar seu adversário de Satanás, esquecidos de procurarem saber quem foi realmente o dito cujo. Uma análise superficial da biografia de Lúcifer comprova que se faz urgente uma reavaliação.   

1.”De acordo com a Bíblia, no segundo dia da criação, Deus criou o céu e, nesse mesmo dia, surgiram os anjos, mas o que mais impressionava pela beleza era Lúcifer”. 

Portanto, Lúcifer, se vivesse hoje, seria uma espécie de pop-star, sem culpa de sua beleza alucinante (se anjos já são bonitos, imagine um que impressionava!). Como ninguém até agora descobriu qual é o sexo dos anjos, ele deveria ser uma mistura de Brad Pitt com Gisele Bundchen. Para os entendidos ele era um querubim e um mensageiro do céu, mas o certo é que, para isso, não precisava ser tão bonito. Uma falha divina?                                       

2. “O pecado de Lúcifer foi ter deixado sua beleza e sua alta posição na hierarquia do céu subirem à sua cabeça e, no sexto dia, ter recusado a ordem de Deus de louvar sua nova criação, O HOMEM, feito à sua imagem e semelhança”. 

Analisemos friamente. Se nos dias atuais, até a posição de puxa-saco oficial de poderosos de quinta categoria faz subir à cabeça, imagine alguém sendo anjo, bonito e, ainda, preferido de Deus. E, de repente, tendo de competir com humanos. Muito normal que a revolta não lhe subisse só à cabeça, mas à lua! 

3. “Orgulhoso, Lúcifer quis formar um reino acima de Deus e convenceu um terço dos anjos a segui-lo. Para isso se transformou num dragão de sete cabeças e dez chifres”.

Neste caso, temos de admitir que Lúcifer errou de estratégia. Talvez tenha lhe faltado um bom marqueteiro. Com dez chifres em cima de cada sete cabeças é impossível tomar a decisão correta, como  qualquer corno sabe disso até hoje.

4. “O exército dos rebeldes não conseguiu vencer os celestiais, comandados pelo Arcanjo Miguel que saiu para a batalha com um efetivo de 70% dos anjos. Os perdedores foram considerados anjos caídos e passaram a arder no fogo por toda a eternidade. Só então Lúcifer foi transformado em Satã”.   

“Lúcifer, agora Satã,  partiu para a vingança jurando destruir a raça humana. Como manteve o poder de mudar de aparência, às vezes aparece como serpente. Foi usando essa camuflagem que ofereceu a árvore da vida à Eva".

Perdido por um, perdido por mil, deve ter pensado Lúcifer, agora Satanás. O mal já estava feito, só lhe restando continuar sua sina como símbolo do mal. Aliás, nada me tira da cabeça que a maior raiva de Lúcifer não foi ter perdido a batalha, mas sim ter sido obrigado a trocar um nome original, tão bonito como Lúcifer, para o de Satanás, cumprindo assim um destino pra lá de desgraçado. 

Como Deus a essas alturas deve estar arrependidíssimo da troca que fez restam poucas dúvidas que Lúcifer é mais uma vítima da humanidade do que um seu algoz, concordam, leitores?

As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.