SÃO LUÍS - "Tira esse dedo sujo da boca, menino. A unha suja de bactérias, faz mal!” - “Menino comendo terra? só pode ser verme!” Quem nunca ouviu os pais falando desse jeito, correndo atrás de menino, com medo de o filho estar comendo sujeira ou terra do chão? E aquelas: “não pegue meu bebê sem lavar a mão antes, e bem lavada!” - “Coloca a fralda no ombro pra não pegar bactérias da roupa”. São situações presenciadas por muitas mães, principalmente de primeira viagem, que acreditam que o contato com o chão ou com outras pessoas pode prejudicar a saúde do bebê. Mas os especialistas alertam: nada de exagero! E para esclarecer todas as dúvidas das mamães, conversamos com a infectologista do Hapvida NDI, Mônica Gama, veja:
Um pouquinho de sujeira não faz mal. Mito ou verdade?
Verdade! O nosso corpo é habitado por milhões de diferentes microrganismos espalhados por quase todas as regiões do corpo – esses microrganismos compõem a flora normal da pele, nariz, boca e do aparelho digestivo, dentre outros órgãos. Essa flora também é chamada de microbiota humana. Essa microbiota tem influências muito positivas na manutenção da nossa saúde, pois estimula o desenvolvimento da resposta imunológica e impede a colonização por microrganismos patogênicos, que causam doenças. “Dessa forma, o contato inicial com microrganismos colonizadores ao longo do tempo desde o nascimento tem um impacto positivo na saúde a curto e longo prazo”, explica a infectologista.
Quais os benefícios do contato do bebê com a terra/sujeira?
Durante o nascimento, o bebê vem de um ambiente estéril. Mônica Gama explica que entrar em contato com uma variedade de microrganismos é muito importante. “É no contato com o ambiente e com microrganismos que ele vai aprender a organizar uma resposta imunológica contra os agentes que poderão causar doenças”, orienta.
O recém-nascido leva algum tempo para criar imunidade. Quais os cuidados são recomendados para os bebês para evitar infecções?
Segundo a especialista, a exposição controlada a brincadeiras no chão, na terra e na grama é muito saudável, já que o contato com os microorganismos da natureza ajuda no desenvolvimento de proteção, fazendo com que aumente a resistência progressiva às infecções. O cuidado deve ser maior nos primeiros seis meses de vida: a infectologista explica que, nesse período, é importante evitar a exposição do bebê a ambientes fechados e aglomerados, que são de maior risco para a contaminação por vírus e bactérias.
Mônica Gama reforça, ainda, a importância da vacinação. “É importante manter o calendário vacinal em dia para evitar muitas doenças que matam ou deixam sequelas importantes para toda a vida”, alerta.
Um dos traumas enfrentados pelas mães é quando o bebê começa a engatinhar, tudo chama a atenção e faz com que levem para a boca. O que fazer nesses casos?
A profissional ressalta que é importante manter o ambiente higienizado, mas a limpeza em excesso não é recomendada. Entre os cuidados que devem ser adotados, ela enumera: “Devem ser evitados os locais realmente sujos, onde se acumulam lixo ou fezes de pessoas e animais. Deve-se também evitar que circulem de sapatos usados na rua, no chão onde a criança brinca, então é interessante não entrar em casa com sapatos”, afirma. Ou seja: Brincar no chão, na terra e na grama faz bem, sim!
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.