Outubro Rosa

Câncer de mama: médica alerta para prevenção e diagnóstico precoce da doença

A Oncologista Noele Gomes chama atenção para os fatores associados a risco aumentado da doença.

Imirante, com informações da assessoria

A partir dos 40 anos de idade, as mulheres devem fazer a mamografia.
A partir dos 40 anos de idade, as mulheres devem fazer a mamografia. (Foto: Divulgação/Sociedade Brasileira de Mastologia)

SÃO LUÍS - Oncologista clínica com foco de atuação no câncer de mama, a médica Noele Gomes tem acompanhado cada vez mais casos de mulheres jovens, com menos de 40 anos, com diagnóstico de neoplasias mamárias avançadas. Em meio à campanha de combate à doença, o Outubro Rosa, ela alerta para a necessidade de prevenção e de diagnóstico precoce da doença, que é o tipo de tumor que mais acomete a população feminina brasileira.

Apesar de o Instituto Nacional do Câncer (INCA) informar que o câncer de mama é uma doença rara em mulheres jovens, o número de casos tem crescido. A sua incidência aumenta com a idade, a maior parte dos casos ocorre a partir dos 50 anos. Homens também desenvolvem câncer de mama, mas estima-se que a incidência nesse grupo represente apenas 1% de todos os casos da doença.

Por ser o câncer que mais mata mulheres no país, o câncer de mama é também um dos mais estudados, sendo a prevenção e o diagnóstico precoce as formas comprovadamente eficazes para combater a doença e o número de mortes. Dados do INCA dão conta de que esse tipo de neoplasia representa 24,5% do total casos identificados da doença no Brasil.

“Mulheres com familiares de primeiro grau com histórico de câncer de mama ou de ovário estão no grupo de alto risco da doença. Nesses casos, os exames de rastreamento como mamografia digital e ultrassonografia de mamas devem ser iniciados a partir dos 35 anos de idade”, orientou a oncologista Noele Gomes.

Além da genética, a médica cita outros fatores de ricos para a doença. “Obesidade, sedentarismo, terapias de reposição hormonal na menopausa, menarca precoce (idade da primeira menstruação) e menopausa tardia também podem predispor ao câncer de mama. A partir dos 40 anos de idade, as mulheres devem fazer a mamografia e a ultrassonografia de mama anualmente”.

De acordo com Noele, o tratamento do câncer de mama depende da classificação do subtipo, que pode ser receptor hormonal positivo ou negativo HER2+ e HER- . “Além do subtipo, o prognóstico de cada caso depende do estágio que a doença for diagnosticada e do grau histológico, ou seja, da velocidade de proliferação das células cancerígenas”, explana a especialista.

Segundo a médica, as modalidades de tratamento do câncer de mama são cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, a terapia medicamentosa anti-HER2 e a imunoterapia, porém cada caso deve ser individualizado de acordo com o substipo e estadiamento para definição do tratamento. “Alguns casos precisarão de quimioterapia, porém em outros não será necessário. A radioterapia é um tratamento local que também estará indicado em casos de cirurgia conservadora ou de tumores mais avançados”, cita a oncologista Noele Gomes.

A médica ainda destacou que o Maranhão é o Estado do Brasil que mais realiza reconstrução mamária imediata com prótese, nas pacientes submetidas à mastectomia, decorrente do tratamento do câncer de mama. “A cirurgia reparadora, quando é realizada imediatamente após a mastectomia, ajuda na recuperação da autoestima das pacientes”, comentou Noele Gomes.

Ações de prevenção do câncer, em especial, a prática de exercícios físicos, a alimentação saudável, a manutenção do peso adequado, além de evitar o cigarro e o álcool, são medidas que podem contribuir para diminuir o número de casos.

“O câncer de mama é uma doença curável, na grande maioria das vezes, e muito comum na população feminina. Por ser curável, a preocupação com a qualidade de vida no pós-tratamento deve ser sempre uma pauta bastante discutida entre equipe de saúde, familiares e paciente”, declarou a médica.

“Infelizmente, a medicina ainda não evoluiu a ponto de termos uma solução única para o câncer de mama, pois alguns fatores de risco não são possíveis de serem controlados, como a questão genética. Mas podemos adotar algumas medidas preventivas – alguns hábitos podem diminuir pela metade as chances de desenvolver a doença”, concluiu a médica oncologista Noele Gomes, que atende no Hospital São Domingos/DASA e no Hospital do Câncer Aldenora Belo.

Fatores associados a risco aumentado de câncer de mama:

Ser mulher: apesar de ser possível que homens tenham câncer de mama, mulheres têm chances aumentadas de desenvolverem a doença;

História pessoal das condições da mama: há um risco maior de câncer se, anteriormente, foi encontrado um carcinoma lobular in situ ou hiperplasia atípica na mama em exame de biopsia;

Histórico de câncer de mama: se a paciente já foi diagnosticada com câncer de mama em um dos seios, há maiores chances do desenvolvimento do tumor na outra mama;

Hereditariedade: pacientes que têm a doença no histórico familiar têm risco aumentado de desenvolver câncer de mama;

Genes herdados (mutação gênica): certas mutações genéticas, que aumentam o risco do câncer de mama, podem ser passadas de pais para filhos. As mais conhecidas são BRCA1 e BRCA2;

Avanço da idade; 

Exposição à radiação em tratamento no peito, quando criança ou jovem adulto;

Obesidade;

Primeira menstruação precoce;

Entrada na menopausa em idade avançada;

Nunca ter engravidado ou ter passado pela primeira gestação após os 30 anos;

Uso de medicamentos de terapia hormonal pós-menopausa;

Consumo de bebidas alcoólicas; 

Tabagismo. 

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