BRASIL - Anualmente, o dia 23 de junho é reservado para celebrar o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. A data, criada pela organização Women’s Engineering Society (WES) do Reino Unido, tem como objetivo fortalecer o espaço que as engenheiras vêm ganhando na profissão, antes
majoritariamente ocupada por homens.
Embora o papel das mulheres na sociedade seja extremamente importante, os preconceitos que ainda
enfrentam quando se trata de assumir responsabilidades e cargos de confiança ainda são ensurdecedores.
A luta por maior visibilidade, inclusão, igualdade de tratamento e oportunidades de formação profissional continua no topo da agenda das mulheres engenheiras. O maior desafio hoje é quebrar o
preconceito contra seu envolvimento em canteiros de obras e em cargos de liderança. Nanci Walter,
Engenheira Ambiental e Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do Rio
Grande do Sul, considera que estar neste cargo é uma conquista mas, acima de tudo, é um ato
representativo.
“Numa profissão onde a presença dos homens é predominante, ser mulher é um desafio diário. Ser a
primeira mulher a presidir um conselho regional é ainda maior. Então eu entendo a minha responsabilidade ao ocupar este cargo, que há 87 anos vem sido gerido apenas por homens. Então ter esse dia para simbolizar e lembrar que sim, as mulheres podem exercer a profissão que quiserem e que, assim como os homens, contribuem para a construção do nosso país, é válida e extremamente
pertinente”, pontua.
Tradicionalmente ocupada por homens, a área da engenharia vem, ao longo dos anos, ganhando cada
vez mais adeptas. De acordo com uma recente pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea), o percentual de mulheres registradas como engenheiras no Brasil corresponde a 19,3% (199.786 mulheres engenheiras) do total de 1.035.103, no país.
Mas apesar do dado significativo no cenário total, a participação feminina entre os profissionais ativos
na área é de apenas 15%. A posição de mulheres na área de conhecimento e no campo de trabalho da Engenharia permanece especial e excepcional e, aos poucos, rompe o padrão de gênero presente na profissão.
Então, falar sobre igualdade de gênero, equidade salarial e a indiferença na engenharia continua sendo um tópico de preocupação. Sendo assim, ampliar e fortalecer o espaço das mulheres na profissão é uma grande missão, tanto em outros países quanto no Brasil.
Para a presidente do CREA/RS, o passo fundamental para um caminho bem sucedido na área é, acima
de tudo, jamais abandonar o sonho. “Desistir não está no vocabulário de quem escolhe a engenharia.
Todos os dias é um novo desafio e quem escolhe essa carreira vai encontrar alegria na profissão. É preciso ouvir essa nova geração para aprender e entender como as coisas funcionam e, assim evoluir,
pois, a nova geração não vai ser o amanhã, ela já é o hoje”, declara Nanci.
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