CORREDOR CENTRO-NORTE

Exportações saindo do Itaqui pelo Canal do Panamá podem gerar mais competitividade

Porto maranhense integra um dos principais corredores logísticos para o escoamento de grãos.

Imirante.com

Atualizada em 23/06/2022 às 08h25
Porto do Itaqui é um grande escoador da safra de grãos da região do Matopiba para o exterior
Porto do Itaqui é um grande escoador da safra de grãos da região do Matopiba para o exterior (Divulgação)

SÃO LUÍS - Ao avaliar a importância do corredor Centro-Norte para o setor agropecuário, principalmente para o escoamento da produção agrícola de estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além do Pará e boa parte de Mato Grosso e Goiás, com mais eficiência e,  possivelmente, menor custo, tendo em vista o forte direcionamento para a multimodalidade, o superintendente de Logística Operacional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thomé Guth, ressalta que o forte crescimento dos portos do Arco Norte, além da possibilidade de negociações para exportações de grãos saindo de Itaqui, no Maranhão, pelo Canal do Panamá, pode garantir ainda mais competitividade para o agronegócio no país. 

“A produção nacional de grãos acima do paralelo 16 corresponde atualmente a 49,8% do total, fornecida pelos estados do Norte e Nordeste, Mato Grosso, parte de Goiás e Distrito Federal. Considerando somente milho e soja, dois dos principais grãos do país, na atual safra, cerca de 127 milhões de toneladas devem ser movimentadas nesta região e, hoje, um dos principais corredores logísticos para o escoamento desta produção é o Corredor Centro Norte”, destaca, com base em dados do novo Boletim Logístico da Conab, divulgado nesta semana.

De acordo com o boletim, ainda há a expectativa, com o desenvolvimento da BR do Mar (lei que instituiu o programa de incentivo à cabotagem no Brasil), de utilização da navegação  para o transporte de cargas.

O corredor Centro-Norte tem como principal eixo de movimentação de cargas a Ferrovia Norte-Sul (FNS), que segue do município de Estrela D’Oeste/SP até Açailândia/MA, mas é interligada também à estrada de ferro de Carajás/PA, que vai até o Complexo Portuário do Maranhão. “A FNS é uma das principais ferrovias nacionais, não somente pelos investimentos que estão sendo feitos, mas por sua extensão e ligação com outras ferrovias que fazem parte dos projetos de investimentos logísticos do país”, explica Thomé. “Além disso, este corredor pode dispor de rodovias e ainda duas potenciais hidrovias: a do Araguaia e do Tocantins”, complementa.

Logística integrada

O boletim da Conab destaca ainda os investimentos no terminal de Palmeirante, no Tocantins, que deve possibilitar uma nova dinâmica em toda a região do corredor Centro-Norte, com a movimentação de cargas por meio de logística integrada, que inclui a entrega de grãos para exportação e retorno com fertilizantes para as regiões produtoras. Estima-se um volume de movimentação de fertilizantes entre 3,5 a 4,0 milhões de toneladas/ano, atendendo a região do Matopiba, Vale do Araguaia e parte de Mato Grosso e do Pará. 

Atualmente, há uma grande concentração de misturadoras de adubos nas Regiões Sul e Sudeste do país, sobretudo próximas ao Porto de Paranaguá. No entanto, já começam a surgir novas plantas de misturadoras de adubos próximas aos portos do Arco Norte. Com esses investimentos em uma logística mais eficiente, por meio de terminais aliados a um  sistema  multimodal  de  transporte,  acredita-se  que  deverão  surgir  novas  plantas  de misturadoras de fertilizantes acima do paralelo 16.

 

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