Acordo de cooperação

Setor industrial maranhense também poderá se beneficiar do uso do gás natural

A implantação de um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Porto de Itaqui garantirá essa antiga aspiração do setor produtivo local

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 19h03
Estação de Produção de Gavião Branco, de propriedade da Eneva, na Bacia do Parnaíba
Estação de Produção de Gavião Branco, de propriedade da Eneva, na Bacia do Parnaíba (Divulgação)

A destinação do gás natural para uso, sobretudo, do setor industrial, antiga aspiração da classe produtora maranhense, está próximo de se tornar realidade, com o desenvolvimento de um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL), no Porto de Itaqui ou nas suas imediações, conforme acordo de cooperação firmado entre a Eneva e Servtec Investimentos e Participações.

A Servtec já vem trabalhando no desenvolvimento de um projeto para construir um terminal de GNL no Porto do Itaqui, tendo apresentado manifestação de interesse à Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) visando à utilização de um dos berços já licenciados dentro do porto para implantação do terminal de regaseificação.

Esse novo projeto do terminal está alinhado à estratégia da Eneva, que planeja reforçar seus planos para a comercialização de gás natural, um insumo que é considerado fundamental na transição da matriz energética brasileira por ser mais limpo e estável. O foco da empresa é vender o gás natural para clientes industriais, outros geradores termelétricos e distribuidoras de gás natural, com soluções competitivas e eficientes.

“Nosso objetivo é disseminar o uso do gás natural, seja para uso industrial em setores como cimento, siderurgia, mineração, agroindústria, vidro e cerâmica, entre outros, bem como disponibilizar o gás para a geração térmica. O terminal em São Luís tem uma importância adicional, pois pode viabilizar a integração com o ativo do Parnaíba, garantindo sua extensão e ampliando a capacidade de atendimento do mercado local, aumentando a geração de valor”, ressaltou Marcelo Cruz Lopes, diretor de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva.

Para esse novo empreendimento em potencial, a Eneva vai criar uma joint venture da qual terá 51% do total de ações e a Servtec ficará os 49% remanescentes. A Transação está condicionada à realização de estudos técnicos e à avaliação da viabilidade financeira do projeto. A Companhia informa que manterá seus acionistas e o mercado informados, caso desdobramentos desse tema importante venham a ocorrer.

O acordo firmado prevê ainda que a Companhia terá o direito de exclusividade até 30 de dezembro de 2022, e, após tal data, de primeira recusa até 30 de dezembro de 2023, para desenvolver, gerenciar e explorar o terminal de GNL em conjunto com a Servtec.

O desenvolvimento do terminal de GNL está condicionado à obtenção das devidas licenças e autorizações para a implantação do projeto.

Investimentos no Maranhão

A Eneva atua há mais de 10 anos no Maranhão com atividades de exploração e produção em terra de gás natural e geração termelétrica. O Complexo Parnaíba, localizado na região do Médio Mearim, é o empreendimento pioneiro do modelo Reservoir-to-Wire (R2W) no Brasil. A geração de energia pelas usinas termelétricas é abastecida diretamente a partir dos campos de gás natural desenvolvidos e operados pela empresa, localizados nas proximidades. Estão em operação as usinas Parnaíba I, Parnaíba II, Parnaíba III e Parnaíba IV, além de dois projetos em desenvolvimento: Parnaíba V e Parnaíba VI.

O Complexo tem uma capacidade contratada de 1,9 GW, sendo 1,4 GW já em operação. Toda energia gerada é enviada para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A Companhia opera também a Usina Termelétrica de Itaqui, com capacidade instalada de 360MW, localizada a 5 km do Porto de Itaqui.

Boa parte dos aportes da companhia no terceiro trimestre de 2021 foi direcionada para ampliação da oferta de energia. O investimento consolidado atingiu R$ 498,6 milhões no terceiro trimestre. Deste total, 53% foram destinados às construções do projeto integrado de produção de gás e geração de energia elétrica de Azulão-Jaguatirica (Amazonas e Roraima) e da Usina Termelétrica Parnaíba V (Maranhão), os dois com entrada em operação prevista para este último trimestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022, respectivamente. Além disso, foram iniciados no terceiro trimestre os investimentos relacionados à construção da UTE Parnaíba VI, cujo início Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado começa em 2025.

Segundo a empresa, o terminal de GNL em São Luís, por viabilizar a ampliação do mercado a ser atendido, tem a capacidade de aumentar a geração de valor do ativo do Parnaíba, uma vez que viabilizará a exploração de sinergias entre uma fonte de suprimento de maior escala, porém mais cara (GNL) e o gás nacional, produzido localmente, mais competitivo.

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