SÃO LUÍS – Sem entendimento, a greve dos rodoviários segue sem previsão de término, chegando hoje (28) ao oitavo dia. Nenhum ônibus sai das garagens, e os usuários do transporte público que precisam se deslocar pela Grande São Luís estão desembolsando mais a cada dia ao buscar alternativas.
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Os condutores que operam com carrinhos-lotação, vans e mototáxi, além do transporte por aplicativo, vêm lucrando com as viagens, em razão da maior procura.
Muitos trabalhadores que tinham a passagem de ônibus garantida no cartão, agora precisam pagar em dinheiro o transporte para ir e voltar do serviço.
Reuniões
Quando esta situação vai acabar, ninguém sabe. O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão informou, ontem (27), que não houve qualquer sinalização de um novo encontro no intuito de discutir soluções, que visam atender as reivindicações dos trabalhadores do transporte coletivo de São Luís.
Segundo o sindicato, a entidade segue à disposição dos empresários e da Prefeitura de São Luís, para que possa retomar o diálogo e garantir aos rodoviários os seus direitos e, assim, o transporte público volte a circular normalmente na Ilha.
“A última proposta feita pelos empresários foi na segunda-feira (25), durante reunião com o prefeito Eduardo Braide, em que chegaram a oferecer 2% de reajuste salarial, o que não foi aceito pelos trabalhadores, que decidiram pela manutenção do movimento grevista. Sem avanços, os ônibus permanecem dentro das garagens, e os rodoviários aguardando por uma decisão”, disse o sindicato em nota.
Após a reunião, nesta semana, no Palácio de La Ravardière, o prefeito Eduardo Braide se comprometeu em conseguir uma nova saída até esta quinta-feira (28). A resposta dependerá do que a gestão municipal definir para atender às demandas apresentadas pelos empresários.
A primeira audiência de mediação foi realizada no segundo dia da greve, na sexta-feira (22), no Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA), em São Luís, porém o SET e o Sttrema não entraram em um consenso.
Na segunda vez, no sábado (23), a audiência de conciliação entre rodoviários e empresários no Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) terminou também sem acordo. Dessa forma, foi mantida a greve.
Auxílio emergencial
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que "foi apresentada a proposta da criação de um auxílio emergencial (Cartão Cidadão) que vai garantir gratuidade de passagens para trabalhadores que perderam o emprego na pandemia e, com isso, fomentar o sistema de transporte público nesse momento de crise. A SMTT espera que tal medida auxilie no entendimento entre empresários e rodoviários", diz em nota a pasta.
Movimento grevista
A greve foi anunciada no último dia 13, após o Sttrema e o SET não chegarem a um acordo quanto aos pedidos da categoria. Os motoristas e cobradores afirmaram que cruzariam os braços a partir de 21 de outubro para exigir da classe patronal os seguintes benefícios:
- 13% de reajuste salarial;
- jornada de trabalho de seis horas
- tíquete de alimentação no valor de R$ 800;
- manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente;
- a concessão do auxílio-creche, para trabalhadores com filhos pequenos.
Decisão da Justiça
Após o anúncio da greve, a Prefeitura de São Luís informou, na última quarta-feira (20), que garantiria a circulação de 90% da frota de ônibus em São Luís. A decisão liminar foi proferida pela desembargadora federal do Trabalho, Ilka Esdra Silva Araújo. Na decisão da Justiça, ficou determinado - tanto ao Sttrema quanto ao SET que:
- Fosse garantido o percentual mínimo de 90% da frota de ônibus em funcionamento, em todas as linhas e itinerários e em todos os horários, com os respectivos motoristas e cobradores em todos os horários;
- Não houvesse coação ou impedimento aos trabalhadores que não queiram aderir ao movimento de trabalhar;
- Não houvesse bloqueio das entradas/garagens das empresas prestadoras de serviço de transporte público municipal;
- Não fosse praticada qualquer tipo de greve, tal como “greve branca”, “operação tartaruga”, “greve de zelo”, “greve de ocupação”, “greve ativa”, “greve intermitente”, “greve seletiva” ou qualquer outra que venha a prejudicar a prestação do serviço público.
Em caso de descumprimento das medidas, a Justiça do Trabalho estabeleceu multa diária de R$ 50 mil ao Sttrema e ao SET.
Apesar da determinação judicial, a Grande São Luís amanheceu na quinta (21) sem ônibus nas ruas. Nas primeiras horas da manhã, os usuários do transporte coletivo se encontravam nas paradas, amargando longa espera, já que não há nenhum coletivo circulando. Alguns passageiros desistiram e procuraram alternativas para chegar ao seu destino.
Por meio de nota, a Prefeitura de São Luís informou que havia disponibilizado fiscais para que a decisão judicial fosse cumprida.
"A Prefeitura está com fiscais desde às 4h da manhã para garantir que o percentual mínimo da frota circule na cidade e que vai buscar as medidas necessárias para que a decisão judicial seja cumprida, uma vez que a população de São Luís não pode ser penalizada", disse a nota.
A Prefeitura de São Luís também afirmou que "por meio da Procuradoria Geral do Município, tendo em vista o descumprimento da decisão judicial - que garantia o percentual mínimo de 90% da frota de ônibus nas ruas - já acionou a Justiça do Trabalho para que os ônibus voltem a circular na capital. Dentre as medidas requeridas pela Prefeitura está a determinação de que o serviço seja prestado em sua totalidade, com 100% da frota em todas as linhas e horários, com imediato restabelecimento do serviço".
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