Os limites entre as querelas ou diferenças políticas, às vezes, ultrapassa o nível de civilidade dos atores políticos de quase todo o Brasil. No Maranhão, os destemperos têm levado ao desrespeito à liturgia do mandato eletivo que os representantes da população devem cumprir. Liturgia esta, por sinal, que deve ser observada com mais detalhes quando o tema a ser tratado é polêmico.
E sobre manter a postura que o mandato eletivo pede, por mais de uma vez, o senador Roberto Rocha (sem partido) fez insinuações e se mostrou preconceituoso nas redes sociais.
No primeiro caso, ainda na metade do mandato de senador, insinuou uma suposta relação entre o senador Weverton Rocha e o presidente do PDT, Carlos Lupi. A situação chegou à Justiça, que acabou por arquivar o caso.
Mais recentes, o senador, que foi eleito pelo PSB e depois foi para o PSDB, deixando o partido este ano, acabou fazendo relação semelhante entre o governador Flávio Dino (PSB) e seu homem forte, secretário de Cidades Márcio Jerry (PCdoB). Sempre as mesmas suposições: relacionadas à homossexualidade.
Pois bem! O deslize mais recente ocorreu em postagem de ontem nas redes sociais. Ao criticar peça publicitária do governo do Maranhão, usou expressões como “opção sexual”, “apologia a homossexualidade” e “um jovem homossexual fazendo papel de menina”.
A postagem foi alvo de muitas críticas nas redes sociais. O resultado é que Roberto Rocha retirou sua publicação (mas os prints ficaram). A retirada seria excelente se fosse acompanhada de um pedido de desculpas pela posição preconceituosa exibida.
Resposta
Por parte do Governo do Maranhão, a Secretaria Estadual de Direitos Humanos fez postagens nas redes criticando o senador Roberto Rocha.
A Secretaria classifica de homofóbica a postura do senador e também justificou o protagonismo da digital influencer, Bota Pó.
Pela nota da pasta, a jovem é “uma adolescente trans, protagonista da nossa juventude, que traz em sua vida e história uma mensagem política: a escola não pode ser lugar de exclusão”.
Incômodo
Já causa incômodo no rol de aliados do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) as movimentações do secretário de Educação e pré-candidato ao governo do estado, Felipe Camarão.
Ao que tudo indica, os “bradonistas” estão percebendo (somente agora) que a pré-candidatura de Camarão em nada vai ajudar o projeto de Brandão ser candidato ao governo com o apoio de Flávio Dino (PSB).
Os dois últimos encontros de Felipe Camarão demonstra, de fato, que o discurso construído é de uma esquerda unida e forte no Maranhão. E este discurso deixa o PSDB e o Brandão de fora.
Movimentos
Felipe Camarão e parte do diretório estadual do PT se reuniram com a direção do PSB e, ontem, com a direção do PSOL.
O discurso foi de fortalecer o campo de esquerda em torno da candidatura de Camarão. Como os movimentos envolveram o PSB do governador Flávio Dino, Carlos Brandão e aliados passaram a olhar com outros olhos os movimentos do secretário de Educação.
Alguns aliados do vice-governador, no entanto, ainda acreditam na possibilidade de o nome de Camarão evitar a aliança do PT com o PDT no Maranhão.
Nota
As entidades ligadas ao setor do Comércio de São Luís emitiram nota conjunta para pedir o fim da greve dos rodoviários na Ilha de São Luís.
Associação Comercial do Maranhão, Associação Maranhense de Supermercados, Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão pedem alinhamento entre Prefeitura, empresários do setor do transporte público e rodoviários para colocar fim à paralisação.
Bom senso
As associações e federações lembraram que as consequências da pandemia ainda existem e que o momento é de reconstrução dos prejuízos causados pela crise sanitária.
Já são seis dias de greve dos motoristas e cobradores, e sem perspectiva de acordo.
“As entidades pleiteiam a adoção do bom senso de todos os envolvidos – empresas do setor de transporte, sindicato dos trabalhadores rodoviários e Prefeitura – com vistas à garantia do direito constitucional de ir e vir dos cidadãos”, diz a nota conjunta.
De olho
30% é o percentual cobrado pelo deputado Yglésio Moyses (PSDB) de funcionamento do transporte público em São Luís, que neste momento, está 100% paralisado
Sem solução
A quarta-feira, 27, ainda será de paralisação do transporte público. A Prefeitura de São Luís estabeleceu a quinta-feira, 28, como o dia de respostas dos envolvidos para colocar fim à greve.
Pelo visto, a proposta de auxílio emergencial feita pelo prefeito Eduardo Braide (Podemos) e o reajuste apresentado aos trabalhadores não serão a saída para o fim da paralisação.
Se na quinta, a Prefeitura não conseguir acabar com a greve, as pressões deverão ser maiores ainda pelos próximos dias.
E mais
- Enquanto a Prefeitura de São Luís patina no debate para por fim à greve dos rodoviários, o governo do Maranhão mantém total silêncio a respeito.
- A Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB), que trabalha com os coletivos que fazem linhas entre os municípios da Ilha de São Luís, não apresentou qualquer proposta.
- O governo do Maranhão não apresentou uma parceria com a Prefeitura de São Luís – como fez em anos anteriores – para evitar o reajustes das passagens.
Saiba Mais
- Roberto Rocha garante que participará de convenção do PSD de Edivaldo Jr.
- ICMS: Governo do Maranhão reduzirá arrecadação em R$ 3,5 bilhões
- Maioria de senadores do Maranhão preferiu não investigar denúncias de corrupção no MEC
- Pressão política na CPI e anúncio de apoio de Braide são destaque na coluna
- CPI apresenta apontamentos que pouco mudarão sistema de transporte de São Luís
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