Análise

Vacina: governadores correm atrás do prejuízo

Diante do desgaste ocorrido devido as falas do presidente Bolsonaro sobre a China, gestores estaduais terão reunião com o embaixador da China para tratar sobre liberação de insumos para fabricação de vacina no Brasil

Gilberto Léda/Editoria de Política

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Presidente Jair Bolsonaro tem feito críticas a China o que vem atrapalhando negociação por insumos para vacina
Presidente Jair Bolsonaro tem feito críticas a China o que vem atrapalhando negociação por insumos para vacina (Reprodução)

São Luís - Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) parece fazer de tudo para deliberadamente atrapalhar a vacinação contra a Covid-19 no país - com insultos e provocações despropositados à China -, os governadores tentam correr atrás do prejuízo.

Nesta semana, o Fórum dos Governadores confirmou que terá uma reunião como embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.

Com ele, tratarão de dois temas: da liberação de insumos para a produção de vacinas no país; e da exportação, para o Brasil, de 30 milhões de vacinas da chinesa Sinopharm.

No atual momento, em que as cidades brasileiras, juntas, estão conseguindo vacinar diariamente quase 1 milhão de cidadão, a campanha de imunização contra a Covid-10 pode ficar a atrasada porque falta o chamado Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA).

Os produtos estão retidos justamente na China, que é fornecedor da matéria prima ao Brasil.

Se dependesse apenas da diplomacia bolsonarista, seria certo que não haveria envio do material.

Há de se esperar, agora, que os governadores consigam convencer o embaixador chinês de que o pensamento do presidente da nação - aquele que deveria ser seu maior líder - não é o de todos os brasileiros.

E que o representante consiga transmitir essa certeza ao governo de Xi Jinping.

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