Por meio de carta

Flávio Dino e mais 15 governadores pedem volta do auxílio emergencial de R$ 600

Os governadores afirmam a garantia do auxílio é necessário como forma de dar segurança de renda para a população, afetada pelas medidas de distanciamento social.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Na carta, os governadores afirmam que os valores do auxílio emergencial anunciados pelo governo federal são inadequados.
Na carta, os governadores afirmam que os valores do auxílio emergencial anunciados pelo governo federal são inadequados. (Foto: Reprodução)

SÃO LUÍS - Governadores de 16 Estados do Brasil, entre eles o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), assinaram uma carta destinada aos presidentes da Câmara dos Deputados e ao Senado, pedindo a aprovação de um auxílio emergencial no valor de R$ 600, com os mesmos critérios estabelecidos em 2020 para recebimento do benefício.

Os governadores afirmam a garantia do auxílio é necessário como forma de dar segurança de renda para a população, afetada pelas medidas de distanciamento social, que são essenciais para conter o aumento de casos e mortes decorrentes da Covid-19, registrado nas últimas semanas no Brasil.

Eles destacam que o Brasil tem batido recorde de mortes, há lotação de leitos hospitalares, o país está diante da ameaça de falta de medicamentos e esgotamento das equipes de saúde. Os gestores disseram, ainda, que o calendário nacional de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a Covid-19 estão mais lentas do que as respostas necessária para reverter o quadro.

“Agir contra esse cenário requer medidas sanitárias e garantia de uma renda emergencial. Somente com essas medidas seremos capazes de evitar o avanço da morte. Por isso, entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável”, diz um trecho da carta.

No último dia 19 de março, o governo federal anunciou detalhes da nova fase de pagamentos do auxílio emergencial. A informação foi dada pelo ministro da Cidadania, João Roma. De acordo com Roma, 46 milhões de famílias deverão ser beneficiadas com a medida, que foi enviada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso na quinta, dia 18.

As parcelas do auxílio serão de R$250, com duas exceções: famílias compostas por apenas uma pessoa, que receberão R$150 e famílias comandadas por mulheres, que receberão R$ 375. A medida prevê o pagamento de quatro parcelas mensais, até julho. De acordo com o ministro o investimento para o auxílio é de cerca de R$ 44 bilhões.

Na carta, os governadores afirmam que os valores do auxílio emergencial anunciados pelo governo federal são inadequados.

“Entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável. Por isso, solicitamos ao Congresso Nacional que disponibilize os recursos necessários para o Auxílio Emergencial em níveis que superem os valores noticiados de R$ 150, R$ 250 e R$ 375… Por isso, neste momento, defendemos auxílio emergencial de R$ 600, com os mesmos critérios de acesso de 2020”, afirma o documento.

Leia a carta na íntegra:

Os Governadores dos Estados abaixo assinados apoiam a iniciativa das 300 organizações que compõem a “Campanha Renda Básica que Queremos” e solicitam a adoção das providências necessárias para garantir segurança de renda à população, associada às medidas de distanciamento social, essenciais para serem adotadas neste momento de intenso aumento de casos e mortes decorrentes da Covid-19.

Temos o cenário dramático de quase 300 mil vidas perdidas. Diariamente, vemos recorde de mortes, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de medicamentos e esgotamento das equipes de saúde. O calendário nacional de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a Covid-19 estão mais lentas do que as respostas que precisamos para reverter esse quadro.

Agir contra esse cenário requer medidas sanitárias e garantia de uma renda emergencial. Somente com essas medidas seremos capazes de evitar o avanço da morte. Por isso, entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável.

Por isso, solicitamos ao Congresso Nacional que disponibilize os recursos necessários para o Auxílio Emergencial em níveis que superem os valores noticiados de R$ 150,00, R$ 250,00 e R$ 375,00.

Exatamente há um ano, no início da pandemia, os Governadores manifestaram-se favoráveis à implantação de uma renda básica no País. Hoje, mais do que nunca, é comprovada a sua necessidade, urgência e o impacto que se pode alcançar. Por isso, neste momento, defendemos auxílio emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso de 2020.

Não obstante o exposto acima, os signatários desta carta entendem a importância de o País não se desviar de seu compromisso com a responsabilidade fiscal. É importante entender o esforço de mitigação da crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário. Logo à frente precisaremos voltar a uma trajetória de ajustamento fiscal que compatibilize os necessários programas sociais com um financiamento responsável dos mesmos.

Brasília, 24 de março de 2021.

Assinam a carta:

  • Renan Filho - Governador do Estado de Alagoas
  • Waldez Góes - Governador do Estado do Amapá
  • Rui Costa - Governador do Estado da Bahia
  • Camilo Santana - Governador do Estado do Ceará
  • Renato Casagrande - Governador do Estado do Espírito Santo
  • Flávio Dino - Governador do Estado do Maranhão
  • Reinaldo Azambuja - Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
  • Helder Barbalho - Governador do Estado do Pará
  • João Azevêdo - Governador do Estado da Paraíba
  • Ratinho Junior - Governador do Estado do Paraná
  • Paulo Câmara - Governador do Estado de Pernambuco
  • Wellington Dias - Governador do Estado do Piauí
  • Fátima Bezerra - Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
  • Eduardo Leite - Governador do Estado do Rio Grande do Sul
  • João Dória - Governador do Estado de São Paulo
  • Belivaldo Chagas - Governador do Estado de Sergipe

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