BRASÍLIA - Cerca de 82,3% dos jovens de 15 a 29 anos que nunca frequentaram a escola estavam sem ocupação em 2019, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada neste mês de novembro, pelo IBGE. O levantamento mostra, pela primeira vez, que entre os que já tinham estudado, quanto mais cedo abandonaram os estudos, maiores eram as chances de estarem sem trabalho.
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Dos jovens que frequentaram a escola até os 10 anos de idade, 55% não estavam ocupados no ano anterior. Essa proporção vai diminuindo enquanto aumenta o número de anos estudados. Em 2019, 62,6% dos jovens que estudaram até os 18 anos ou mais estavam ocupados.
Esses dados ajudam a entender por que no Brasil ainda há tantos jovens que não estudam nem têm ocupação. No ano passado, a proporção de pessoas nessa situação reduziu, passando de 23,0%, em 2018, para 22,1%, em 2019. Apesar da melhora no indicador, o país tem mais jovens que não estudam nem têm ocupação do que outros países da América do Sul, como Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
Entre as regiões do país, os Estados do Sul apresentaram os percentuais de jovens sem estudar e sem ocupação mais próximos de países desenvolvidos, principalmente, nas capitais. Por outro lado, em todos os Estados do Nordeste mais de 25% dos jovens estavam nessa condição. Em 2019, apenas 40,5% dos jovens estavam ocupados no Nordeste, enquanto a média nacional era 49,8%.
De acordo com o levantamento, 33,2% dos jovens maranhenses não estudam nem têm ocupação. O percentual é o mais elevado entre os Estados do país.
As mulheres jovens (27,5%) foram as que mais vivenciaram essa situação, enquanto apenas 16,6% dos homens jovens não estudavam nem estavam ocupados. A desigualdade é ainda maior entre a população branca e a preta ou parda. No ano passado, 17,0% dos jovens brancos e 25,3% dos jovens pretos ou pardos não estudavam nem estavam ocupados. Essa diferença foi maior do que a registrada em 2018, quando 18,5% dos brancos e 25,8% dos pretos ou pardos estavam nessa situação.
Entre as mulheres pretas ou pardas o percentual era ainda maior: 32,0% não estudavam e não tinham ocupação. Uma jovem preta ou parda tinha 2,4 vezes mais chances de estar nessa situação do que um jovem branco (13,2%). As mulheres pretas ou pardas também estavam em desvantagem tanto em relação aos homens de mesma cor ou raça (18,9%), quanto em relação às mulheres brancas (20,8%).
Em 2019, 42,8% dos jovens que não estudavam nem trabalhavam estavam no quinto da população com os menores rendimentos domiciliares per capita, que representa aqueles com renda de até R$ 353,50. Apenas 4,7% desses jovens estavam no quinto com os maiores rendimentos.
Frequência escolar
A Síntese de Indicadores Sociais também mostra que, entre 2016 e 2019, a frequência escolar cresceu em todas as faixas etárias, de 0 a 17 anos.
O ritmo de ampliação na cobertura do ensino foi mais acelerado, contudo, nas creches, onde estudam crianças de 0 a 3 anos, que atingiu 35,6%, um acréscimo de 5,2 pontos percentuais em relação a 2016. Apesar do avanço, o país ainda não chegou à meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de colocar 50% das crianças de 0 a 3 anos nas creches. O prazo termina em 2024.
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