SÃO LUÍS – Quando se fala em transporte coletivo em São Luís, inevitavelmente, surge uma série de reclamações. Superlotação, falta de estrutura física, falta de higienização, motoristas e cobradores arrogantes e desrespeitando regras de circulação, e, recentemente, mais um aumento de passagens.
No entanto, mesmo com a renovação da frota de ônibus de São Luís, a principal reclamação é a demora e carência de coletivos em boa parte da Região Metropolitana (Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar). Os moradores das demais cidades da Ilha que precisam vir à capital enfrentam muitas dificuldades. Para suprir a necessidade de ônibus, muitas pessoas optam por usar o transporte alternativo.
“Aqui no Maiobão, mesmo tendo ônibus, demora muito, e eu me vejo obrigado a pegar van”, diz José Mendes, morador da cidade de Paço do Lumiar.
E mesmo quem mora na capital, muitas vezes utiliza o transporte alternativo.
“Eu quase não pego ônibus. Moro no Coroadinho e lá, pra pegar um coletivo é uma demora horrível. E, quando chega, está lotado, assim não tem condição. Além do mais, os ônibus são sujos, velhos, quebrados, e muitas vezes somos maltratados por motoristas. Eles desrespeitam a gente. Motoristas e cobradores deveriam passar por um curso para aprender a tratar melhor os passageiros”, afirma a cozinheira Vitória da Silva.
Atualmente, a maioria das vans que fazem linha na Região Metropolitana de São Luís tem autorização para rodar. Como é o caso das vans que ficam concentradas ao lado da praça do Pescador no Anel Viário. O local serve como ponto final dos veículos e contam com fiscais e planilhas de controle de viagens.
“Nós temos uma concessão de linha provisória que foi entregue desde a época do governador Jackson Lago, mas, precisamos de algo definitivo. Todos aqui trabalham dentro da lei, as placas são vermelhas, os veículos são vistoriados e estão com IPVA em dias. E os motoristas estão todos legalizados”, afirma José Raimundo Veloso, fiscal da linha Paranã.
Profissionalização
Hoje, o sistema de vans funciona com motoristas, cobradores e fiscais. Para muitos deles, o trabalho no transporte alternativo é o único meio de renda.
“Trabalho há seis anos dirigindo van, e é daqui que tiro meu sustento. Ando todo dentro da lei e espero que a gente receba uma autorização definitiva”, diz o motorista da linha Maiobão/Cafeteira Jeferson Souza.
Residencial Nova Terra
No residencial Nova Terra, apesar de a Cooperativa de Transporte Alternativo Escolar e Turismo do Residencial Nova Terra e Adjacências (Coopeterra) ter conseguido se registrar, ainda passa por algumas restrições. Como alguns veículos não correspondem às determinações exigidas pela legislação, vez por outra, vans são apreendidas na região. No ano passado, enquanto a cooperativa tentava se registrar, alguns veículos foram apreendidos e causou protesto por parte dos trabalhadores do transporte alternativo.
Relembre: Cooperativa volta a interditar cruzamento na Cidade Operária
Mesmo com o registro, a Coopeterra teve o trajeto reduzido. Antes, as vans iam até o retorno próximo à Uema, agora, eles só vão até o cruzamento próximo à Delegacia da Cidade Operária.
Para os passageiros, fica a esperança de poder continuar usando o serviço.
“Tem ônibus, não adianta dizer que não. Mas, tem bastante van e são mais baratas. Quando eu vou na Cidade Operária, eu pego logo a van, pois é bem melhor. Chego mais rápido e tenho mais conforto. Pois os ônibus daqui são muito ruins”, afirma a vendedora Dagmar Santos.
Em nota enviada ao Imirante.com, a Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB), informou que está sendo realizado um projeto, com previsão de aplicação ainda neste ano, no sentido de organizar o transporte alternativo.
Veja a nota na íntegra
A Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB) esclarece que está sendo realizado um projeto, com previsão de aplicação ainda neste ano, no sentido de organizar o transporte alternativo, incluindo a área da Praça do Pescador, onde operam linhas urbanas e semiurbanas, respectivamente, de responsabilidade do município e do Estado. A MOB informa ainda que a ação está sendo realizada com a participação do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA) e Polícia Rodoviária Estadual (PRE).
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