SÃO LUÍS – Que são inúmeras as dificuldades dos portadores de necessidades especiais na vida diária, isso é fato. Mas para João Barbosa Maciel, de 48 anos, com deficiência nas pernas, até na hora de cumprir o dever cívico as dificuldades aparecem.
João Barbosa, que era morador da cidade Codó, solicitou transferência de domicilio eleitoral para a capital, tendo como novo local de votação a escola Monsenhor Frederico Chaves, no bairro São Francisco. No primeiro turno sua seção eleitoral estava localizada no térreo da escola. Mas para sua surpresa, no segundo turno, realizado nesse domingo (26), João Barbosa foi informado que a seção estava no andar superior. O que provocou indignação devido a sua dificuldade de se locomover.
Segundo João Barbosa, ao pedir ajuda a um policial militar foi informado que seria melhor justificar seu voto. ”O policial me disse que já havia carregado diversas pessoas e que não iria me levar a seção”, disse João.
“Se não fosse pela generosa ajuda de um eleitor e a de um mesário da minha seção, eu seria obrigado a justificar o voto. Isso me deixa muito triste. Só quero que tudo entre no eixo, pois se ficarmos calados tudo irá continuar da mesma forma”, contou João Barbosa.
Veja o momento em que João Barbosa é carregado pelo eleitor e o mesário
O Artigo 5º, inciso 2º, da Constituição Federal, legitima o voto facultativo aos portadores de deficiência grave. Algumas pessoas têm deficiências tão graves que tornam onerosa, ou mesmo impossível, a ida ao voto. O exercício da cidadania, se obrigatório pelo Estado, nestes casos, torna degradante a própria cidadania que prega e deseja. Inclusive, a situação socioeconômica do portador de deficiência física também pode ser levada em conta, uma vez que todo aparato de locomoção para o local de votação, como um táxi ou uma simples carona, tornará extremamente desgastante física, mental e financeiramente o exercício do direito político.
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